Preço da cesta básica cresce em 16 cidades. Rio está entre as maiores altas

O custo da cesta básica cresceu em 16 cidades do país no mês de outubro, de acordo com uma pesquisa publicada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Do total, 16 das 17 cidades observadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos tiveram aumento no preço.

cesta básica

O presidente do Sindicato dos Comerciários, Márcio Ayer, relata que esse é um caso preocupante. “O país passa por uma das piores crises de sua história, em função da falta de uma política que preste auxílio aos que mais precisam. Prova disso é o fim do Bolsa Família, um programa de combate à fome conhecido internacionalmente por tirar milhões de pessoas da miséria, para a criação de outro puramente eleitoreiro, que só vai durar por 2022, ano das próximas eleições”, afirmou o presidente.

O Rio de Janeiro está entre as 5 cidades com a maior alta no custo médio da cesta básica (4,79%), que passou a valer R$ 673,85. As cestas mais caras foram de Florianópolis (R$ 700,69), seguido pela de São Paulo (R$ 693,79) e Porto Alegre (R$ 691,08). Recife foi a única capital do país com diminuição no custo (-0,85%), ao preço de R$ 485,26.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o preço do conjunto de alimentos básicos teve aumento em todas as capitais observadas pela pesquisa. Os maiores percentuais foram em Brasília (31,65%), Campo Grande (25,62%) e Curitiba (22,79%).

O Dieese também calculou que, para permitir condições básicas de vida a uma família de pelo menos dois filhos, o salário mínimo no país deveria ser de R$ 5.866,50. O cálculo do salário mínimo ideal é feito com base na cesta básica mais cara. O piso salarial hoje é de R$ 1.100,00.

Panorama que preocupa

Para o mês de outubro, a inflação foi a maior no país desde 2002. Os preços acumulam uma alta de 10,67% em 12 meses no país, puxados, principalmente, pelos combustíveis, que permanecem subindo sem parar. No mês de outubro, o preço da gasolina teve alta de 7,04% e o do diesel subiu 9,15%.

As mudanças dos preços são captadas pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o principal índice de medição da inflação no Brasil. Para isso, a pesquisa monitora os preços de centenas de produtos todos os meses.

O momento de alta na inflação ocorre em meio ao fim da pandemia, enquanto parte da população enfrenta problemas como pobreza e desemprego, marcados por cenas de miséria pelo país.

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