Em menos de 24 horas, o Sindicato dos Comerciários do Rio obteve quatro decisões liminares da Justiça para impedir a realização da assembleia na qual o sindicato fantasma Sind$uper pretendia fechar acordo salarial secreto com os donos de supermercados. Além das medidas legais, os comerciários foram ao local da assembleia na manhã desta terça-feira (29/8) – a sede da Força Sindical, na zona portuária do Rio – dizer um sonoro NÃO ao Sindsuper e se certificar de que o acordo não seria aprovado.
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Participaram centenas de trabalhadores de vários municípios do estado, incluindo representantes dos sindicatos de comerciários do Rio, Petrópolis, Três Rios, Campos, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Estavam presentes funcionários dos supermercados Guanabara, Extra, Unidos, Bramil, Prezunic, Supermarket, Superprix, Zona Sul, Campeão, Intercontinental, Assaí, Carrefour e Vianense dentre outros. Foi mais um capítulo na luta dos trabalhadores do comércio contra o Sindsuper, entidade sem qualquer respaldo da categoria, criada por alguns patrões, cuja tentativa de formalização vem sendo amplamente questionada na Justiça do Trabalho.
“Vamos sair daqui com nosso espírito de luta fortalecido. O próximo passo será levar muita gente a Brasília, à porta do Ministério do Trabalho, para cobrar que esse sindicato seja suspenso porque não tem legitimidade. Seu processo de criação foi completamente viciado, feito por pessoas que nem fazem parte da categoria comerciária”, disse o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio, Miguel Pereira e Paty do Alferes, Márcio Ayer. Ele completou: “Vamos ficar vigilantes a qualquer movimentação dos farsantes. Se convocarem outra assembleia, lá estaremos em número ainda maior, para dizer não à tentativa de retirar direitos dos comerciários. Ganhamos a batalha, mas seguimos na guerra”.
Atraso de vida – Em votação simbólica, os comerciários reprovaram por unanimidade a criação da entidade pirata, assim como a pauta oculta por ela negociada com as empresas. “Chega de Sindsuper! Queremos nosso reajuste e nenhum direito a menos!”, cobrou a comerciária M.A., que é operadora de caixa no supermercado Extra. Ela chamou atenção para o fato da tentativa de criação do Sind$uper atrapalhar a assinatura das convenções coletivas com o Sindigêneros, que representa os supermercados. O que, consequentemente, atrasa a concessão do reajuste salarial aos trabalhadores.
A entrada em cena do Sind$uper também cria outros problemas para os funcionários de supermercados. A ação coletiva para o pagamento de adicional de insalubridade no Guanabara, por exemplo, travou na Justiça por culpa deles. Há ainda relatos de que, na mesma empresa, voltou a ser pago “por fora” o bônus balanço que havia sido incorporado ao contracheque por exigência do Sindicato. O Sind$uper, portanto, além de obstruir a legítima atuação do Sindicato dos Comerciários na Justiça do Trabalho, já está provocando prejuízos no bolso e graves retrocessos em direitos que já conquistamos.
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