Homens pelo fim da violência contra a mulher

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Os participantes do debate. Ao centro, com o buquê de flores nas mãos, a palestrante, Leila Linhares. Imagem: Rafael Rodrigues/ Comerciários.
Os participantes do debate. Ao centro, com o buquê de flores nas mãos, a palestrante, Leila Linhares. Imagem: Rafael Rodrigues/ Comerciários.

O Coletivo Margaridas do Sindicato dos Comerciários do Rio e a União Brasileira de Mulheres (UBM) promoveram, nesta terça-feira (6/12), palestra sobre violência de gênero com a advogada Leila Linhares, coordenadora executiva da ONG feminista CEPIA. Realizada no Dia Nacional de Ativismo dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, a atividade faz parte da campanha mundial 16 Dias de Ativismo.

Em sua palestra, Leila Linhares apresentou um histórico da luta feminista contra a violência que atinge as mulheres. Ela ressaltou o surgimento, nos últimos 20 anos, em todo o mundo, de diversos grupos e movimentos de homens que tomaram para si esta luta como, por exemplo, a Campanha do Laço Branco, que teve início no Canadá. “Não ser machista, não agredir a companheira ou não assediar as colegas de trabalho ainda é pouco. É preciso denunciar o machismo de outros homens, sobretudo daqueles que agridem mulheres. Precisamos que os homens tenham uma posição proativa para acabar com a cultura do machismo e da violência em nossa sociedade. São coisas que devem ser rejeitadas, não apenas por meio de palavras, mas por meio de atitudes”, sublinhou a palestrante.

Esse enfrentamento da cultura do machismo, segundo Leila, deve começar pela mudança de mentalidade dos homens que têm padrão de comportamento violento em relação às mulheres com que convive. Ela tratou ainda de outros temas importantes das lutas feministas, como a questão dos direitos reprodutivos das mulheres, que voltaram ao centro das discussões com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal de descriminalizar o aborto até o terceiro mês de gravidez quando, comprovadamente, não existe atividade cerebral do feto. “Não se pode retirar da mulher o direito de decidir. Obrigar a mulher a levar adiante uma gravidez indesejada é também uma forma de violência”, observou Célia Linhares.

Debates – Além da palestrante, o debate contou com a participação do diretor da ONG Cebrapaz, Marcos Costa, da coordenadora do Centro de Estudos da UBM, Ana Rocha, e da coordenadora geral da UBM, Luciana Targino. Também na mesa, representando o Sindicato, estavam a diretora de políticas sociais do Sindicato, Rosângela Rocha, e o secretário geral da entidade, Marcelo Black, que em sua saudação lembrou que as mulheres são maioria entre os comerciários e que, justamente por isso, o fim da violência contra elas é uma luta central para a categoria.

“Em briga de marido e mulher, o Estado deve sim meter a colher. Isso antes era impossível, pois a violência contra a mulher era encarada como questão da vida privada. Graças à luta feminista, isso está mudando”, comentou Ana Rocha. Ela apontou como momento de mudança nesse entendimento a IV Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada em Pequim, na China, em 1995. A partir daquele momento teria começado a ser desconstruída a visão da mulher enquanto objeto/ propriedade dos homens, até então entranhada na subjetividade do universo masculino. “É um grande desafio erradicar essa visão, transformando a mulher em sujeito (do seu corpo e de sua vida) e cidadã. O que só vai acontecer por meio da Educação e da informação. Ter consciência apenas não basta, é preciso agir. Ligue 180 e denuncie a violência contra a mulher”, concluiu Ana Rocha.

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