Sindicato na luta pela redução da jornada, sem redução de salário

A vida é mais do que trabalho! Não é de hoje que o movimento sindical brasileiro defende a redução da jornada de trabalho, sem a redução de salário. 

salário

Recentemente, ganhou as redes sociais um movimento que defende o aumento de dias de descanso na semana. Nosso presidente, Márcio Ayer, teve um encontro com os organizadores desta iniciativa e já deixou claro que o Sindicato se soma nesta luta pela redução da jornada, com a manutenção dos salários. 

Atualmente, os trabalhadores do comércio têm uma jornada de 44 horas semanais, além das horas extras. Pela convenção coletiva funciona o sistema 6×1, que garante uma folga semanal. Mas a realidade é que ainda hoje recebemos diversas denúncias de empresários que tentam burlar essa regra, impondo uma jornada abusiva e sem o necessário descanso.

Já passou da hora de avançar na discussão sobre a redução da jornada, com mais tempo para o lazer, garantindo o descanso físico e mental, tempo para estudar e evoluir profissional e pessoalmente. É necessário o debate construído com a sociedade civil, representantes da classe trabalhadora e entidades patronais. 

“Nosso Sindicato apoia a luta do Movimento Vida Além do Trabalho, que lançou a campanha ‘uma folga nunca foi e nunca será o suficiente’. Essa é uma iniciativa importante, vinda diretamente dos trabalhadores e que precisa ser abraçada e incentivada pelo movimento sindical e os trabalhadores de demais categorias que sofrem com longas jornadas. Queremos levar novamente essa pauta para Brasília e cobrar do Congresso Nacional a aprovação de projetos que já tratam deste tema, mas que estão parados”, destaca Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários.

Recentemente, o atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu a “semana de quatro dias”, no sistema 4×3. A redução da jornada é uma realidade em alguns países da Europa, alguns com carga horária de 40 horas e até 32 horas, com a prática do 4×3. No Brasil, algumas empresas também têm testado esse sistema com uma jornada mais flexível.

A realidade hoje é que muitos trabalhadores adoecem por conta das longas jornadas e pela pressão no ambiente de trabalho, com metas inalcançáveis, excesso de tarefas e cobranças intermináveis. A chamada Síndrome de Burnout é responsável pelo colapso mental, deixando muitos trabalhadores doentes, que acabam afastados.

A Reforma Trabalhista, de 2017,  também trouxe precarização nas relações de trabalho, prejudicando a Justiça do Trabalho e as negociações coletivas, acabando por exemplo com a ultratividade, que garantia todos os direitos contidos em uma convenção coletiva até que outra fosse assinada. 

Nossa luta é pela revogação da Reforma Trabalhista e por mais direitos para a classe trabalhadora e ecoa na defesa do Estado, contra os avanços da agenda de privatizações, promovida por governadores bolsonaristas, que coloca nas mãos de empresários o destino dos trabalhadores e do nosso patrimônio. 

Categoria pioneira na luta

Ainda no começo do século passado, os trabalhadores do comércio do Rio de Janeiro foram pioneiros na luta pela redução da jornada, que na época chegava a 16 horas diárias. A campanha durou três anos e se tornou uma luta nacional, resultando em lei municipal 1.350, de 31 de outubro de 1911, que estabeleceu limite de doze horas na então capital federal. 

Na década de 1930, foi confirmada a “Semana Inglesa”, de 44 horas semanais. O então presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto-Lei 4.042 limitando a carga horária. A histórica medida foi assinada em 30 de outubro, que desde então é firmada como Dia do Comerciário. 

Se você apoia esta pauta, assine a petição pública – link: https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR135067

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