Operadores de caixa, empacotadores e açougueiros de Miguel Pereira e Paty do Alferes já não aguentam mais serem explorados pelos patrões do Bramil. Com a concorrência bombando — recentemente foi inaugurada loja de uma grande rede de supermercados na região —, o supermercado resolveu aumentar a jornada de trabalho de comerciárias e comerciários, sem pagar pelas compensações. Diretores do Sindicato amanheceram hoje (21) na porta do mercado para conversar com comerciários e pressionar os patrões para negociação.
“Se não quer perder cliente, contrate-se mais comerciários pra dar cabo do serviço. Dois turnos seriam um bom início de conversa com os patrões. O que não pode é eles ficarem esticando o expediente de comerciários pra lucrarem mais e não remunerá-los por isso!”, Márcio Ayer, presidente do Sindicato.
Desde o final do ano passado, o Sindicato vem recebendo denúncias dos trabalhadores e por isso vem tentando dialogar com a empresa, mas parece que os patrões optaram por empurrar com a barriga o que é de urgência para comerciários. “Da última vez que insistimos por uma reunião para regularizar a situação, o Bramil disse que só tinha agenda pra depois do Carnaval”, informa o diretor Marcelo Bizerra.
Folia pra quem, cara pálida?
Enquanto patrões querem pular Carnaval, comerciários estão cumprindo jornadas de até 14h por dia. E o pior: “essas horas vão pra um banco maluco que depois ninguém se entende e os trabalhadores ficam a ver navios. Exaustos e sem dinheiro no bolso!”, dispara o diretor Bruno Baldez, que é açougueiro do Bramil.
Sem falar nas denúncias que recebemos sobre o almoço que os patrões deixaram de dar aos domingos para alguns comerciários. Com o aumento da demanda, trabalhadores que estavam de folga também foram “convidados” a se apresentarem na loja. Para evitar retaliações, muitos foram e alguns ainda ficaram de barriga vazia. Assim não dá!
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