A urna volante da greve dos comerciários não mente: 52 votos contra 1. Esse foi o resultado da assembleia histórica e vitoriosa dos trabalhadores da loja Riachuelo da Rua do Ouvidor, no Centro do Rio. A maioria esmagadora decidiu por cruzar os braços durante toda a sexta-feira (31/08) e a loja permaneceu fechada, para desespero dos patrões. A ação é mais uma etapa da greve que completa 24 dias e já promove avanços nas negociações da Campanha Salarial 2018.
A adesão dos trabalhadores desesperou os gestores e diretores da rede, que agora procuram uma solução para não ter ainda mais prejuízo. “Não adianta esse choro dos patrões. As paralisações estão acontecendo há 3 semanas e vão seguir até chegarmos a um acordo favorável para os trabalhadores. Tivemos alguns avanços, sim, mas não são o suficiente para uma categoria que luta pela valorização e por melhores salários. Oferecendo um reajuste que não paga um kg de acém a nossa única alternativa é a greve”, afirma Alexsandra Nogueira, presidente interina do Sindicato dos Comerciários.
Durante a ação, que começou antes do horário de abertura das lojas, os trabalhadores confirmaram as denúncias recebidas pelo Sindicato, como assédio moral, desvio de função e taxas abusivas de participação no plano de saúde oferecido pela empresa. “Eu trabalho há anos no comércio e nunca vi uma ação tão importante como essa acontecer. A gente sofre muito na mão dos patrões e ver o Sindicato aqui, apoiando e cobrando melhorias junto com a gente é muito emocionante. Eu tô com a greve e não abro”, bradou a comerciária J. C.
Campanha Salarial 2018 – Os comerciários seguem desde maio em Campanha Salarial, que tem como objetivo a valorização dos trabalhadores. Desde então, as empresas seguem oferecendo um reajuste baixo, poucos benefícios e ainda querem empurrar um pacote de maldades da Reforma Trabalhista para dentro da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o único documento com força para proteger a categoria dos absurdos impostos pelo governo do Michel Temer. Um dos pontos é o trabalho intermitente, em que o comerciário ficaria refém do patrão e sem garantia de um salário no fim do mês. Outra é a semana espanhola, com jornadas de 40 e 48 horas semanais, o que dificulta a fiscalização e é uma jornada desumana para o trabalhador.
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