Supermarket de Pilares amanheceu de portas fechadas por conta da greve. A greve dos trabalhadores do comércio teve um novo capítulo na manhã desta quarta-feira (29/8) com a paralisação da loja dos supermercados Supermarket no bairro de Pilares, na Zona Norte do Rio. A maioria dos 210 funcionários aderiu e a loja só não permaneceu fechada porque o Sindicato garantiu a entrada de 30% dos trabalhadores, por se tratar de serviço considerado essencial.
A pressão fez tanto efeito, que um diretor da rede compareceu ao local e pediu para abrir negociações com o Sindicato em paralelo com aquelas que vem acontecendo com o Sindigêneros, entidade que representa os donos de supermercados. A primeira reunião foi marcada já para a próxima sexta-feira (31/8), na sede do Sindicato.
Jogando sujo, gerentes e outros gestores da rede tentaram coagir os funcionários a entrar e chegaram, inclusive, a trazer operadoras de caixa de outras lojas, mas os comerciários não se intimidaram e mantiveram a paralisação parcial. “A truculência do gerente e seus seguranças, que mais parecem pit-bulls, deu uma mostra de que os funcionários do Supermarket são realmente tratados à base do chicote, confirmando as denúncias que recebemos. Nessa reunião marcada hoje vamos tratar da possível negociação para o acordo e também de todos esses absurdos que se acontecem na empresa”, afirma a presidenta interina do Sindicato, Alexsandra Nogueira.
Campanha Salarial – Os comerciários exigem reajuste acima da inflação e outras medidas para valorizar a categoria. Intransigentes, as empresas do setor oferecem apenas 1,5%, abaixo da inflação nos 12 meses anteriores à data base, que ficou em 1,69% segundo o INPC/ IBGE. Os patrões também querem inserir nas convenções coletivas de trabalho itens da reforma trabalhista que representam retrocessos para os trabalhadores, como a possibilidade de contratação de funcionários intermitentes, redução do horário de almoço para apenas meia-hora, e a criação da jornada de 12×36 com redução de salário. A negociação se arrasta desde maio e a greve completa sua terceira semana. Além do Supermarket, já foram paralisadas lojas das redes Mundial, Guanabara, Campeão, Marisa, C&A, Silhueta Infantil e Di Santinni, dentre outras.
Denúncias – Em conversa com os diretores do lado de fora da loja, outros funcionários confirmaram as denúncias e falaram sobre outras irregularidades na loja. “Todos nós temos medo de perder o emprego, porque temos família e responsabilidades, mas tá na hora de dar um basta em tanto abuso”, comentou uma repositora da loja. “Além de descontar no salário pelos atrasos, eles ainda nos forçam a repor as horas em outros dias. A algum tempo eu me acidentei na loja e eles não abriram o CAT”, contou uma das trabalhadoras, se referindo documento obrigatório, que reconhece tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional.
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