Assembleia aprova ESTADO DE GREVE no comércio

postado em: Notícias | 0
Imagem: Dara Bandeira/ Comerciários

Após discutir a proposta indecente dos patrões (veja abaixo) para as próximas Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), a Assembleia Geral dos Comerciários da última segunda-feira (10/7) autorizou por ampla maioria a decretação do Estado de Greve. Com apoio do Sindicato, os comerciários ameaçam desencadear uma onda de paralisações nas lojas no Rio, Miguel Pereira e Paty do Alferes caso os patrões não aceitem as principais reivindicações da categoria.

Os comerciários exigem reajuste acima da inflação, equiparação ao piso estadual definido pela Alerj e outras medidas para valorizar a categoria. Na prática, o estado de greve é um alerta dos trabalhadores aos patrões e governantes de que, a qualquer momento, poderão deflagrar uma greve.

“Nem olharam nossas reivindicações e ainda trouxeram todas as maldades da reforma trabalhista para a mesa de negociações. Não aceitamos a retirada de nenhum direito dos trabalhadores. Daqui a pouco, vão querer que a gente trabalhe em troca de comida. Como as empresas estão sendo intransigentes, nossa melhor alternativa é a luta. Todo comerciário já sabe que patrão só amolece na pressão”, comentou a presidenta interina do Sindicato, Alexsandra Nogueira. 

Imagem: Rafael Rodrigues/ Comerciários

Próxima rodada – As empresas serão comunicadas da decisão na próxima quinta-feira (12/7), quando haverá nova rodada de negociação. No mesmo dia serão realizadas reuniões com Sindilojas, dos lojistas de shoppings e comércio de rua; Sindigêneros, dos supermercados e hortifrutis; e Fecomércio-RJ, que representa outros dez segmentos do varejo e atacado.

“Se o patrão não rever essa proposta safada de dar só 1,5%, o bicho vai pegar”, avisou um dos funcionários dos supermercados Mundial que participou da Assembleia. Aliás, os trabalhadores do Mundial foram aqueles que, no passado, fizeram paralisações vitoriosas que arrancaram dos patrões a volta do adicional de 100% sobre os domingos trabalhados. Lembra? Vai pagar pra ver de novo?

O que exigem os trabalhadores – A pauta de reivindicações dos comerciários inclui: 8% de reajuste salarial; equiparação do piso da categoria ao piso regional; adicional de 100% sobre as horas trabalhadas em feriados nos supermercados; quebra de caixa no valor de 10% do salário; pagamento de comissão aos vendedores pelas vendas online; vale-alimentação diário; plano de saúde para empresas com mais de 200 empregados; fim do trabalho aos domingos nos supermercados e comércio de rua.

O que “oferecem” os patrões – As empresas responderam com proposta de reajuste de apenas 1,5% (abaixo da inflação), redução do horário de almoço para meia-hora, homologação opcional das rescisões de contrato, escala de 12×36 com redução de salário, trabalho intermitente e semana espanhola (40×48 horas/ semana). “São medidas pensadas para legalizar o trabalho escravo no comércio”, alerta a presidenta Alexsandra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

20 + nove =