Os trabalhadores estão ofendidos com a contraproposta mesquinha dos patrões, que além de oferecer reajuste de apenas 1,5% nos salários, querem enfiar goela abaixo dos trabalhadores as maldades da reforma trabalhista. Em votação realizada no último sábado (23/6), em Assembleia na subsede do Sindicato em Campo Grande, a “oferta” dos patrões foi rejeitada pelos comerciários.
A presidenta do Sindicato, Alexsandra Nogueira, destacou que as mudanças que as empresas querem fazer nas Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) são desumanas, como, por exemplo, a redução do horário de almoço para apenas 30 minutos. “Nos supermercados é praticamente impossível chegar até os refeitórios, almoçar e descansar as pernas em apenas meia hora. É inaceitável,” disparou a dirigente no encerramento da Assembleia.
A maioria dos comerciários presentes também quer a elevação da temperatura da Campanha Salarial. “Temos que ir pras lojas convencer nossos colegas de firma de que é preciso radicalizar para que os patrões melhorem a proposta. É melhor lutar agora do que reclamar depois. Se esse esculacho de 1,5% não aumentar, o bicho vai pegar”, completou a operadora de caixa J.M.B., que trabalha em um hortifruti.
Nas lojas e nas ruas – A resposta da categoria será levada aos patrões em novas rodadas de negociação marcadas para esta semana. Nesta terça-feira (26/3) haverá reuniões com o Sindigêneros (supermercados, hortifrutis e mercearias) pela manhã e com o Sindilojas (lojas de shoppings e comércio de rua) à tarde. Na sexta-feira (29/3), será a vez da Fecomércio (outros dez segmentos do varejo e atacado).
O Sindicato também vai intensificar as mobilizações para plenárias e assembleias. Segundo o diretor José Cláudio Oliveira, a categoria está contrariada e exige algum recuo dos patrões. “Quando tomam pé do que querem as empresas, os trabalhadores ficam indignados. Se eles não cederam, o comércio pode até parar”, aposta o diretor.
Na manhã desta segunda-feira (25/6), o Sindicato visitou supermercados em Copacabana para informar os trabalhadores sobre o andamento da Campanha Salarial. Dentre várias lojas, passaram pelo Mundial da R. Siqueira Campos, onde ano passado começou a revolta contra a retirada do adicional de 100% nos feriados. Na ocasião, indignados com as mudanças que fizeram encolher o contracheque, os funcionários fizeram um movimento espontâneo que teve até ameaça de greve. Se os patrões não quiserem ver o mesmo filme, desta vez em todo o comércio, é melhor mudarem o discurso na mesa de negociação.
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