MPT vai ouvir 25 demitidos do Carrefour

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O Sindicato dos Comerciários do Rio denunciou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) a rede internacional de supermercados Carrefour pela demissão de 25 trabalhadores. Todos participaram do movimento grevista que sacudiu a empresa no final do ano passado. O MPT chamou o Carrefour para se explicar. A audiência aconteceu nesta quarta-feira (31/1) e foi acompanhada pelo presidente do Sindicato, Márcio Ayer, que exigiu garantias de que nenhum outro trabalhador será demitido.

Representando o Carrefour, o diretor regional Antônio Gérson ficou numa tremenda saia justa. Cobrado sobre o motivo das 25 demissões, disse que “a culpa é da crise”, que teria forçado a empresa a se “reestruturar”.

A história não cola. Reestruturação em supermercado com demissões na véspera do Natal!? Nunca antes se viu nada parecido na história desse país. As empresas costumam contratar e não demitir nessa época, para dar conta do aumento de vendas pela proximidade das festas. Entre os demitidos também estão vendedores ‘campeões de vendas’, que por anos deram grandes lucros ao Carrefour. Eram todos, justamente, os trabalhadores que mais participaram da luta pela volta do pagamento do adicional de domingos e feriados, considerados líderes entre os colegas.

Só que o MPT não está de bobeira! Para botar o preto no branco e esclarecer tudo, a procuradora Luciana Tostes decidiu ouvir todos os 25 demitidos. Com os depoimentos, que ainda serão marcados, vai ficar caracterizado que as demissões foram mesmo uma retaliação aos trabalhadores que ameaçaram entrar em greve. Aí, já avisou a procuradora, não vai ter outro jeito: O MPT e o Sindicato vão atuar juntos para processar o Carrefour, provavelmente por práticas antissindicais (devido às demissões por participação em atividade do Sindicato) e abuso de poder diretivo.

Nova assembleia – Na semana passada, em tentativa de conciliação conduzida pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), o Carrefour fez sua contraproposta às reivindicações dos trabalhadores. Os funcionários cobram a reintegração imediata dos colegas demitidos e a volta do adicional de domingos e feriados, dentre outras pautas. O Carrefour respondeu com muito menos do que isso. Quer pagar um salário a mais de indenização para os dispensados e aumentar de R$ 30 para R$ 40 o valor do tíquete pago pra quem trabalha nos feriados.

“A contraproposta do Carrefour só aumenta a revolta. O problema é que hoje se instalou um clima de terror na empresa. A única liderança que não foi demitida só ficou porque faz parte da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e tem estabilidade. Mesmo assim, vem sendo perseguido dentro da loja, foi afastado de suas funções e punido com advertências e suspensões. Queremos garantias de que não haverá mais perseguição”, cobrou o presidente Márcio Ayer.

“Precisamos de uma assembleia. Vocês tem que garantir aos funcionários que podem participar sem medo de retaliações”, exigiu a procuradora. Colocado contra a parede, o advogado do supermercado disse que não haverá qualquer retaliação e que as demissões serão suspensas enquanto durar a negociação com o Sindicato. “Vamos às lojas novamente conversar com os trabalhadores e avaliar quando e onde poderemos marcar essa nova assembleia”, comentou no final da audiência o presidente Márcio Ayer.

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