Papo Reto do Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio –
A central sindical é uma associação de sindicatos que reúne os interesses comuns dos trabalhadores e das entidades a elas associadas. Já o sindicato defende os interesses específicos dos trabalhadores da sua base. Mas isso é o mínimo, né? Pra mim, sindicato bom é aquele que combina suas pautas específicas com os interesses gerais de todos os trabalhadores, como a defesa da democracia e a construção de uma sociedade mais justa. É aí que as centrais e direções sindicais começam a se diferenciar uma das outras.
Enquanto algumas entidades sindicais andam de mãos dadas com os patrões e vivem sugando nosso dinheiro, outras organizações usam seus recursos pra lutar de verdade pelos trabalhadores. A gente chama isso de sindicalismo classista. As entidades sindicais classistas, por exemplo, fizeram toda a diferença na luta contra a ditadura militar e pela inserção de direitos políticos, sociais e trabalhistas na Constituição de 1988.
Você também deve lembrar que, anos atrás, o salário mínimo deu uma bela valorizada. Deu para terminar a laje e colocar mais carne na mesa da nossa família, não foi? O que pouca gente sabe é que o sindicalismo classista estava na linha de frente pela criação da política de valorização do salário mínimo. Todos os anos, aliás, é o movimento sindical que organiza a luta pelo aumento de salário e também pela defesa e ampliação dos nossos direitos. Seu FGTS, 13º salário, licença maternidade e tantas outras conquistas foram resultado da luta dessas organizações.
Mesmo com toda essa importância, você já deve ter reparado que, de uns tempos pra cá, começou um falatório contra os sindicatos e as centrais sindicais. Esse papo vem dos banqueiros, dos patrões e dos políticos golpistas. Eles atacam as centrais para enfraquecer nossa luta contra o fim das aposentadorias e dos direitos trabalhistas. E sabem que é o sindicalismo classista que está à frente das campanhas pelo Fora Temer e pelas Diretas Já.
Sacou a importância das centrais sindicais? Então você também já entendeu que nós comerciários não podemos ficar de fora. Por isso, desde que reconquistamos nosso Sindicato em 2015, nos filiamos à Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil, a CTB. É uma central classista, que entende que devemos, sim, pressionar os patrões pelas melhorias das condições de trabalho dentro da empresa. Mas lá também lutamos por um mundo com liberdade e dignidade de verdade, onde a ganância dos patrões não terá vez.
Na CTB somos tratados como irmãos, aprendemos muito e também dividimos nossas experiências com outros sindicatos. Como resultado dessa união, o Sindicato dos Comerciários enviou delegados para o 4º Congresso da CTB/RJ, realizado agora em junho. Tivemos uma participação ativa nesse encontro e elegemos quatro comerciários na nova gestão da Central em nosso Estado. Agora é arregaçar as mangas e honrar essa nova responsabilidade que os comerciários cariocas e demais trabalhadores fluminenses nos deram. Acompanhe nosso trabalho e participe. CTB: a luta é pra valer!
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