Na manhã do último sábado (27/5), um grupo de ex-funcionárias da Dimpus foi à porta da principal loja da rede, na R. Visconde de Pirajá, em Ipanema, soltar o verbo contra os abusos e desrespeitos da empresa. Para tentar diminuir o vexame, a grife não abriu as portas da loja durante todo o dia, ao contrário do que acontece todo final de semana.
Dentre os problemas apontados pelas ex-funcionárias, que já estão sendo investigados pelo Sindicato, está o frequente atraso no pagamento de salários, depósito irregular de FGTS e INSS, não pagamento de verbas rescisórias aos demitidos, descumprimento de acordos judiciais, desvio de função e assédio moral. Juntou gente para ouvir as denúncias e sobrou descontentamento contra a marca. “Nunca mais compro nada aí, vocês estão de parabéns em denunciar”, disse uma moradora do bairro, agora ex-cliente da Dimpus.
“Ele desconta da gente, mas não deposita FGTS nem INSS. Tudo mais é pago errado ou atrasado. Ele acha que pode fazer isso com todo mundo e vai ficar impune. Acha que ninguém vai falar ou fazer nada, mas a gente está aqui para que todo mundo fique sabendo que ele faz com as funcionárias”, disse ao microfone a comerciária T.L. em referência ao comportamento do seu ex-patrão, dono da Dimpus, Milton de Souza Carvalho Neto. “Fiquei dois anos e meio, larguei até a faculdade para me dedicar à loja, pra sair sem um real, nem de FGTS depositado”, reclamou a comerciária.
Patrão-ostentação – “Ele mandou eu procurar meus direitos na Justiça. Dizia que o máximo que poderia acontecer era ele ser preso, mas que como já está velho seria solto rapidinho. Dizia que eu é que seria prejudicada, porque tenho filhos pequenos para sustentar, enquanto os dele já estão criados e moram na Europa”, denunciou ao microfone a comerciária V.L.. Ela ressaltou que não é um caso isolado: “Tem caso de funcionária demitida grávida, funcionárias que trabalharam onze anos e foram demitidas sem os últimos três salários. Enquanto isso ele tá na Europa, vai pra Índia, viaja pra fora duas vezes por ano e não tem dinheiro pra pagar a gente. A Justiça também não acha dinheiro nas contas dele”.
O protesto foi acompanhado pelos diretores sindicais Josué Ribeiro, Douglas de Freitas, Marcelo Black e Edson Machado. Esse último, que coordena o Departamento Jurídico, disse que mais de 40 comerciárias que se dizem prejudicadas pela Dimpus já procuraram o Sindicato para pedir orientação. Todas estão recebendo assistência gratuita e especializada. “Já estamos tomando providências. Se a empresa ficou mesmo devendo, vai ter que indenizar, pagar tudo com juros, multa e correção. O desrespeito às leis trabalhistas não pode ficar impune”, comentou o presidente do Sindicato, Márcio Ayer.
Repórter Comerciário – Você também já sofreu ou soube de alguma injustiça no comércio? Faça uma denúncia, procure nosso Departamento Jurídico ou conte sua história com detalhes que a gente publica aqui.
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