Ex-funcionários cobram calote da Dimpus

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Imagem: Reprodução da internet

Mais um caso de olho grande dos patrões em cima dos comerciários. Um grupo de 40 ex-funcionárias da grife Dimpus se articula para exigir na Justiça dívidas trabalhistas e reparações por uma série de irregularidades. Algumas delas vieram ao Sindicato participar de uma reunião com os diretores Edson Machado, Marcelo Black e Douglas de Freitas. Relataram que de uns tempos pra cá, dentre outros problemas, a empresa não deposita o FGTS, está com salários sempre em atraso e não paga o que deve aos funcionários demitidos.

As trabalhadoras disseram ainda que a grife comandada pelo empresário Milton Carvalho Neto se utiliza de vários artifícios, como múltiplos registros de CNPJ, para despistar credores, enganar ex-funcionários e zombar da Justiça do Trabalho. O Sindicato vai investigar.

Na Dimpus, antes mesmo da reforma trabalhista que o Temer estava tentando emplacar, o que vale é a ‘livre negociação’. “Ou aceita as regras, mesmo quando é contra a lei, ou vai pra rua sem receber nada. Muitos trabalham sem sem horário de almoço e sem direito de tirar 30 dias de férias. Nos feriados, muitas vezes a funcionária é escalada para trabalhar sozinha, da abertura ao fechamento. Não dá nem pra almoçar ou ir ao banheiro. Antigamente, era uma boa empresa pra trabalhar. Hoje, só fica lá quem realmente não tem pra onde ir”, conta G.J., que era gerente, mas tinha carteira assinada como vendedora.

Rede decadente “Desde 2015 os salários são pagos sempre com atraso, às vezes de forma parcelada, por fora do contracheque, diretamente no caixa da loja”, conta F. M., que foi gerente da Dimpus durante onze anos. O relato da ex-funcionária é reforçado por denúncias de outras comerciárias contra a Dimpus, feito ao longo dos últimos meses.  F.M. foi demitida sem nada receber, com três meses de salário em atraso. Hoje é representada pelo Sindicato no processo que move contra a empresa.

A Dimpus nasceu na Zona Sul do Rio e chegou a ter 85 lojas em todo país, alavancada pelo sucesso de sua lendária bermuda jeans. Hoje conta apenas com oito pontos de venda no Rio (Ipanema, Madureira, Nova América, Iguatemi, Park Shopping, Campo Grande, Copacabana e Ilha Plaza). Segundo as ex-funcionárias, várias lojas foram fechadas devido ao acúmulo de dívidas com fornecedores e administradores dos shoppings.

Ações e manifestações Todos os ex-funcionários da Dimpus que já procuraram ou vierem a procurar o Sindicato vão receber assistência gratuita e especializada do Departamento Jurídico. “É um direito de qualquer comerciário e é pra isso que existe o Sindicato. Os casos serão analisados individualmente por nossos advogados, que estão instruídos a tomar providências para garantir que todos recebam os direitos assegurados por lei, além de eventuais indenizações por danos morais e materiais”, disse o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, após ser informado da situação pelos diretores que se reuniram com as trabalhadoras. Elas se articulam por meio de um grupo no WhatsApp para organizar manifestações em frente às lojas da Dimpus.

Repórter Comerciário – Essa notícia sobre os calotes da Dimpus faz parte da série Repórter Comerciário, na qual a gente expõe os patrões-exploradores. Alguns usam brechas da lei para se dar bem em cima dos seus funcionários. Outros roubam na mão grande os trabalhadores, com fraudes e outros crimes. Práticas que, infelizmente, se tornaram método de gerência e modelo de negócios no comércio do Rio. Você sofreu ou soube de alguma injustiça no comércio? Faça uma denúncia, procure nosso Departamento Jurídico ou conte sua história com detalhes que a gente publica aqui.

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