Antes disponível na maioria das unidades do Serviço Social do Comércio (SESC) no Rio, desde o final de março o atendimento odontológico da entidade passou a ser feito apenas nas unidades Madureira, Santa Luzia e São João de Meriti. Questionado pelo Sindicato, o SESC não informou o tamanho do corte no Departamento, mas, segundo informações de usuários e ex-funcionários da entidade, vários dentistas já foram demitidos.
O SESC diz apenas que o Departamento “passa a ter foco principal na ação preventiva, com consultas de clínica geral e outros procedimentos como exames, obturações e extrações”. Para bom entendedor, um pingo é sinal de chuva. Com “foco” nas ações preventivas, na verdade o SESC vai deixar de prestar atendimentos especializados, como tratamento de canal e pequenas cirurgias bucais, serviços que o comerciário de baixa renda vai penar para conseguir ter acesso de agora em diante.
“O SESC já foi considerado o maior empregador de dentistas do país (até então eram cerca de dois mil, em 236 clínicas). Vários comerciários nos procuraram preocupados. Por lei, o SESC deve planejar e executar programas que contribuam para o bem estar social e a melhoria do padrão de vida dos comerciários e suas famílias, tendo a saúde como uma das prioridades. O SESC não é uma ONG e os patrões não fazem a sua manutenção por bondade. A lei determina que seja assim. Como legítimo representante dos trabalhadores, o Sindicato quer mais esclarecimentos, pois o SESC não vem tratando o assunto com a devida transparência”, cobra o presidente do Sindicato, Márcio Ayer.
Boca fechada – O Sindicato continua sem resposta do SESC para as seguintes perguntas: Quantos dentistas vão continuar trabalhando? As clínicas móveis também vão acabar? O serviço será substituído por algum outro benefício voltado aos associados? Quais são os motivos para a diminuição dos serviços? Quais serviços o SESC vai continuar oferecendo aos trabalhadores após os cortes? É verdade que SESC vai também desativar suas escolas de ensino fundamental e médio?
A redução dos serviços do SESC acontece junto com a flexibilização de direitos trabalhistas proposta pelo governo golpista de Temer. “Se não lutarmos, isso pode reduzir a quase zero a rede de proteção social que era oferecida aos comerciários”, reclama Márcio Ayer, que acrescenta”Não podemos deixar que essa história mal contada siga em frente. O Sindicato vai ficar de olho, juntos com os comerciários!”
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