Dirigentes sindicais da categoria comerciária de todo o Brasil se reuniram com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, nesta terça-feira (21/02) em Brasília. A reunião foi realizada por iniciativa do presidente dos Comerciários do Rio, Márcio Ayer, para discutir tentativas de criação de sindicatos piratas que ameaçam provocar conflitos na categoria.
Os sindicalistas denunciaram que grupos controlados pelos patrões estão se organizando para fundar sindicatos em vários estados. Márcio alertou que no Rio dois grupos com esse perfil tentam dividir a categoria nos segmentos de Supermercados e Shoppings (Sindsuper) e Revendedoras de Gás (Sindgás).
“Chamamos a atenção do ministro para a necessidade de rejeitar ou suspender os pedidos de registro. São oportunistas mandados pelos patrões para desunir nossa categoria. No caso do Sindsuper, nenhum membro é realmente trabalhador do comércio. O presidente é enfermeiro, o tesoureiro é contador e tem até ‘estudante’ na chapa, sem nenhum critério de representação. Nosso Sindicato representa comerciários de mercados, lojas, atacados, enfim, de todos os ramos do comércio há mais de 109 anos. Não há motivos para dividir nossa categoria. É inadmissível que quaisquer 30 pessoas possam formar um sindicato estadual”, reclamou Márcio. O ministro ouviu as reivindicações, manifestou uma posição favorável à unicidade sindical (apenas um sindicato por categoria) e contrária à proliferação de entidades sindicais sem representatividade.
Sindgás suspenso – Em ação movida pelo Sindicato dos Comerciários do Rio, a 7ª Vara do Trabalho decidiu esta semana suspender a criação do Sindgás, que seria realizada em “assembleia” na próxima terça-feira (27/02), numa comunidade de difícil acesso em São Gonçalo. “O local e a data escolhidos pela ré (comissão pró-Sindgás) são absolutamente inapropriados para a efetiva participação das pessoas interessadas. (…) Percebe-se que ao escolher a data em uma segunda-feira de Carnaval (…) buscou inevitavelmente obstaculizar ou, ao menos, dificultar ao máximo, a plena, livre e irrestrita participação de todos os interessados, maculando o ato com evidente nulidade”, escreveu na decisão o juiz responsável pelo caso.
O caso do Sindsuper não é nada diferente. Desde a primeira tentativa de criação da entidade, em 2009, não há registro em ata da participação de nenhum comerciário nas assembleias, o que demonstra claramente que o objetivo é criar um sindicato para trabalhar em favor dos interesses dos próprios patrões de supermercados e shoppings.
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