Não à privatização da Cedae!

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Você sabia que a Cedae é a única empresa estatal estadual que dá lucro? Pois é, foram R$ 250 milhões em 2015! Além disso, a Cedae tem papel estratégico para o desenvolvimento do estado, pois atende 64 municípios, emprega 6 mil trabalhadores e mantém uma infraestrutura de água e esgoto que vale pelo menos R$ 13 bi. Só que para o Estado do Rio deixar de pagar dívidas com Brasília e voltar a receber repasses federais, o ilegítimo governo de Michel Temer exige a entrega da Cedae à iniciativa privada. E parece que vai levar, pois a autorização para a venda foi confirmada ontem pela Alerj.

Sabe aquele papo de agiota no fundo do terreno baldio? Você nunca recebe o quanto precisa e sempre fica devendo mais do que poderia pagar. O povo do Rio – dono da companhia e maior interessado no negócio – não sabe quanto vai receber, não conhece o verdadeiro valor de mercado da Cedae e sequer foi consultado sobre a venda, como determina a Lei Nacional de Saneamento. Mesmo assim, para pagar o prejuízo causado ao Rio pelos golpes do PMDB, Temer e Pezão forçam a barra para que a Cedae pública passe a ser controlada por gringos e banqueiros.

Um verdadeiro golpe contra a população, pois, em todo o mundo, a privatização da água sempre provocou aumento de tarifas e desabastecimento. Quando a água foi “remunicipalizada” em Paris em 2010, por exemplo, seu preço baixou 8% só no primeiro ano, enquanto nos 25 anos de gestão privada subiu 260%.

A privatização agride a soberania e não garante o acesso de todos à água. Há anos a Cedae vem sendo sucateada pelos mesmos que hoje querem vendê-la, causando enormes perdas à população. Mas o verdadeiro prejuízo vai acontecer se a venda de fato acontecer, e será permanente, para ajudar a resolver um problema momentâneo de caixa do estado. Um negócio que interessa apenas aos empresários, pois mesmo vendida, a empresa só será capaz de fazer investimentos com dinheiro público, como ocorre em outras áreas. Por isso, estamos juntos com os trabalhadores da companhia, na luta para impedir a venda da Cedae, que deve se manter pública, com gestão voltada para a melhoria do atendimento prestado e à universalização dos serviços de água e esgoto.
Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio

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