Trabalhadores do NorteShopping e diretores do Sindicato realizaram nesta quarta-feira (8/02) uma grande manifestação pela direito à folga na Segunda-feira de Carnaval. Por razões que envolvem insegurança, dificuldades de transporte e baixo movimento de consumidores, os comerciários exigem que a administração, a exemplo do que já aconteceu em outros shoppings (leia aqui), volte atrás e determine folga para os comerciários neste dia.
Durante a manifestação, que aconteceu na praça de alimentação do centro comercial, o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, alertou sobre os riscos de abrir neste dia, como quer a administração, principalmente por conta do grande número de joalherias. “Sabemos que a segurança dentro dos shoppings ficará comprometida durante o carnaval. Com movimento baixo, o trabalhador estará muito mais vulnerável à violência”, comentou.
Comerciários denunciam violência – O presidente acrescentou que a garantia da segurança do trabalhador no trajeto casa-trabalho-casa é uma responsabilidade do patrão. “Assaltos nesse trajeto são considerados acidentes de trabalho, capazes de provocar graves sequelas psicológicas”, completou o presidente. Ele lembrou que nesses casos a empresa precisa emitir o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) para o trabalhador assaltado.
São muitos relatos de violência dentro do NorteShopping narrados por comerciários. Apenas no último semestre foram assaltadas as lojas Fast, Riachuelo e Vivara. Os arrastões do lado de fora também são frequentes, segundo os trabalhadores. A operadora de caixa C.A. conta que qualquer situação anormal gera correria no shopping: “Outro dia uma panela de pressão explodiu e na mesma hora começou o corre corre. Aqui, todo mundo está com medo”.
Lojistas confirmam movimento fraco – O diretor do Sindicato Renato Bernardino, que também é vendedor das Casas Bahia no NorteShopping, reforçou que a abertura do comércio na Segunda de Carnaval será ruim para todos, patrões e funcionários. “Meus colegas estão indignados com a decisão de abrir na Segunda. Os lojistas vão ter prejuízos e ainda vão colocar em risco nós trabalhadores”, protestou o dirigente.
“Já trabalhamos o ano inteiro, damos o sangue. Não é justo tirar nossa única oportunidade de descansar dois dias seguidos”, reclamou a vendedora M.R., que há oito anos trabalha no NorteShopping e afirma que nunca houve expediente na Segunda de Carnaval. A gestora de uma loja-âncora do shopping contou que o faturamento no último domingo de carnaval foi 40% inferior aos domingos comuns. Com a crise, ela acredita que este ano tende a ser ainda pior. “Já não conseguimos nem pagar os custos operacionais da loja. Isso no domingo. Na segunda o prejuízo será ainda maior”, comentou.
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