Diretoria do Sindicato debate conjuntura do país

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O vice-presidente nacional da CTB, Nivaldo Barbosa, contribui com a análise da diretoria do Sindicato sobre o momento político do  Rio, do país e do mundo. Foto: Rafael Rodrigues/ Comerciários
O vice-presidente nacional da CTB, Nivaldo Barbosa, contribui com a análise da diretoria do Sindicato sobre o momento político do Rio, do país e do mundo. Foto: Rafael Rodrigues/ Comerciários

Os sindicatos devem estar sempre atentos ao que acontece no universo da política, porque é nele que, na maioria das vezes, se decide a conquista ou a perda de direitos para os trabalhadores. Cientes disso, todos os 30 diretores e diretoras do Sindicato dos Comerciários do Rio participaram nessa quinta-feira (11/11) de um seminário interno para discutir o momento político do Rio, do Brasil e do mundo à luz dos interesses da classe trabalhadora.

O seminário contou com a participação especial de Nivaldo Barbosa, vice-presidente nacional da Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB), central sindical à qual o Sindicato é filiado. Coube ao dirigente apresentar uma ampla avaliação de conjuntura, na qual destacou o conjunto medidas, também conhecido como pacote de maldades, que foi colocado na agenda política do país pelo ilegítimo presidente Michel Temer e seus aliados nos setores mais reacionários das elites. “Apesar da resistência popular, foi consumado e consolidado o golpe de estado que interrompeu o ciclo de avanços democráticos e sociais em nosso país. Os setores progressistas da sociedade agora se organizam para resistir à agenda Temer”, disse Barbosa na abertura de sua fala.

Ele destacou como principais pontos dessa agenda os projetos em tramitação no Congresso para: permitir a ampla terceirização da mão-de-obra; reformar a Previdência com regras prejudiciais aos trabalhadores; congelar os gastos públicos por 20 anos (incluindo investimentos em Saúde, Educação e valorização do salário mínimo, apontado como principal fator para a redução das desigualdades); criar um novo marco regulatório do petróleo, sob medida para atender os interesses das empresas estrangeiras; conduzir uma reforma política desenhada com o objetivo não confessado de liquidar os partidos ideológicos à esquerda e, assim, enfraquecer a resistência popular; e fazer com que a negociação direta entre patrões e empregados prevaleça sobre a CLT, o que, diante de uma correlação de forças desigual, poderá forçar os trabalhadores a aceitar perdas de direitos e reajustes de salários abaixo da inflação.

Ameaças à classe trabalhadora – “O pacote de maldades de Temer é ainda mais nocivo do que a agenda neoliberal de FHC”, comentou Barbosa no fecho de sua análise, que norteou as discussões na continuação do seminário. A avaliação do quadro político ficou ainda mais completa com a apresentação de Carolina Gagliano, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sobre as “ameaças aos trabalhadores” em tramitação no Congresso Nacional. Ela esmiuçou cada um dos projetos com os quais, na Câmara ou no Senado, a base de sustentação de Temer ameaça os trabalhadores, seja com perda/flexibilização dos direitos trabalhistas, seja com a entrega das riquezas e a submissão da soberania do país às empresas e governos estrangeiros.

“Se alguém ainda estava confuso se foi golpe, a agenda Temer veio para acabar com as dúvidas. As forças democráticas, os sindicatos e os movimentos sociais vão continuar mobilizando a sociedade para resistir, buscando criar uma nova consciência de que há um golpe em curso, que atinge de forma sórdida os interesses nacionais, as conquistas e direitos da classe trabalhadora”, comentou o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, ao final dos debates. A próxima reunião para análise de conjuntura entre os diretores ficou marcada para o dia 6/12.

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