Via Varejo avança, mas trabalhadores precisam de mais

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Diretores se reúnem com representantes da Via Varejo. Imagem: Wellington Santos/Sindicato dos Comerciários do Rio
Diretores se reúnem com representantes da Via Varejo. Imagem: Wellington Santos/Sindicato dos Comerciários do Rio

Mesmo diante da intransigência e o mimimi da crise promovido pelos representantes da Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio), o Sindicato dos Comerciários do Rio conquistou avanços significativos para os comerciários da rede. Em reunião na sede do Sindicato, os representantes da Via Varejo deram o retorno à pauta de reivindicação dos trabalhadores  e apresentaram melhorias na questão do plano de saúde, além de demonstrarem novas perspectivas para as questões da cesta básica e do banco de horas.

“Ainda falta muito para considerarmos um bom acordo. O abaixo-assinado e a mobilização dos nossos diretores com os comerciários da Via Varejo fizeram a empresa se movimentar e apresentar resultados em diversos pontos apresentados na pauta. Não vamos descansar, nossa luta está apenas começando e os trabalhadores já estão cada vez mais sintonizados com a disposição da nossa diretoria em defender os direitos da categoria”, destacou o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio, Márcio Ayer.

Representaram a empresa na reunião os advogados de São Paulo Dr. José Cardoso Máltez, Dr. João Batista Pereira Neto e Dr. Bruno de Oliveira, o analista de RH, Vitor Guerriero da Silva, e o responsável da empresa pelas relações trabalhistas e sindicais, Laus Henrique Figueiredo. Já por parte do Sindicato, estiveram presentes na reunião os(as) diretores(as) que são funcionários da Via Varejo: Daniele Moretti, Vinícius Oliveira, Renato Bernardino, Douglas de Freitas e Nelmo da Silva. Outros diretores também marcaram presença, são eles: José Cláudio, Alexsandra Nogueira e o presidente Márcio Ayer, além do Dr. Carlos Henrique de Carvalho, coordenador jurídico do Sindicato.  

Plano de saúde Segundo o diretor Renato Bernardino, a melhor situação era a substituição do plano atual por um outro que atenda de fato as demandas dos trabalhadores. “Em São Paulo, a Intermédica pode até funcionar, mas no Rio de Janeiro é preciso avançar muito para atender os comerciários”, destacou o diretor. No entanto, a mobilização e a pressão do Sindicato fez a direção da Via Varejo exigir da operadora soluções. O resultado foi a inclusão de mais 285 novos credenciamentos de clínicas, hospitais e médicos e, segundo a empresa, esse número ainda vai aumentar.

A diretora do Sindicato, Daniela Moretti afirmou que a inclusão é positiva, mas a troca do plano descredenciou médicos, prejudicando os trabalhadores, que tiveram de interromper tratamentos e encerrar relações com clínicos que já tinham confiança e eram mais próximos de suas casas. “Fora isso, temos uma infinidade de especialidades médicas que não estão sendo atendidas, faltam pronto atendimentos, entre outras coisas”, protestou a diretora.

A empresa alegou que agora não há mais tantas reclamações dos trabalhadores na ouvidoria, o que foi imediatamente contestado pelos diretores. Para resolver a questão, a Via Varejo vai realizar um estudo com a participação do Sindicato para saber dos trabalhadores as outras necessidades para melhorar as questão do plano de saúde.

Cesta básica – Uma grande divergência se instaurou na mesa de negociação, o Sindicato exigia o aumento do benefício, uma vez que o valor atual não garante a compra dos produtos da lista que a empresa apresenta para cálculo da cesta básica. Um estudo feito pelo diretor do Sindicato, Douglas de Freitas mostrou que os preços dos produtos relacionados na cesta básica da empresa estavam completamente defasados. O levantamento provou que o valor do benefício deveria ser no mínimo de R$ 124. “Fui ao Supermercado Extra com a lista dos produtos e apresentei o valor real que deveria ser nossa cesta básica”, afirmou Douglas Freitas, que apresentou fotos que comprovavam os preços dos produtos.

A empresa foi intransigente, recusando qualquer possibilidade de reajuste do benefício, nem mesmo a substituição do cartão, a fim de que o trabalhador pudesse comprar em qualquer supermercado. O Sindicato apresentou uma última proposta para que o comerciário, de posse do cartão, pudesse retirar nas lojas do grupo o conjunto de produtos disponibilizados na lista da cesta básica. “Não é a melhor proposta. Para conquistar esse direito vamos ter que fazer uma grande mobilização com os trabalhadores para lutar por essa conquista. Mas é preciso avançar, mesmo que aos poucos”, destacou Douglas de Freitas.  

Uma nova reunião ficou agendada para o dia 2 de fevereiro com a presença dos representantes da empresa no Sindicato.

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