Irregularidades da Tele-Rio na mira do Sindicato

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O Sindicato investiga uma série de denúncias de desrespeito aos direitos trabalhistas na rede de eletrodomésticos Tele-Rio. Dentre os principais problemas já identificados estão jornadas de trabalho acima do limite permitido por lei; o não pagamento das horas extras e do adicional de horário noturno (após às 22h); e o acúmulo de funções dos vendedores. A maioria é obrigada a permanecer no local de trabalho após o expediente para descarregar os caminhões das lojas.

Segundo as denúncias, as operações de descarregamento acontecem em média a cada dez dias e se repetem em todas as 30 lojas da rede no Grande Rio. No último dia 15, uma dessas operações foi flagrada pela equipe de fiscalização do Sindicato, que na ocasião era liderada pelo presidente Márcio Ayer e pela diretora Ana Paula Costa. Os vendedores estavam no local três horas após o encerramento do expediente para o descarregamento, que foi interrompido pelo Sindicato. A empresa foi autuada e notificada.

Dois dias depois, o Sindicato voltou a surpreender outro descarregamento irregular da Tele-Rio. A empresa foi novamente autuada, mas reiniciou o descarregamento tão logo a equipe de fiscalização deixou o local. Por este motivo, a Tele-Rio foi intimada a enviar representantes ao Sindicato nesta quinta-feira (22) para um ajustamento de conduta. A empresa, no entanto, não enviou ninguém para representá-la na data marcada. Com isso, o Sindicato estuda formas jurídicas e políticas para forçar a Tele-Rio a respeitar os direitos dos trabalhadores.

“Após as ações de fiscalização, as operações de descarregamento deixaram de ser avisadas com antecedência. Ficamos sabendo apenas 15 minutos antes do fim do expediente, e quem não aceita ficar leva uma advertência. O nível de insatisfação é enorme. Os trabalhadores estão revoltados, mas muitos temem retaliações da empresa. Por isso, contam com a ajuda do Sindicato para resolver a questão”, comenta Sônia Moraes que é diretoria do Sindicato dos Comerciários e também vendedora da Tele-Rio.

Roubos – Outro problema identificado é o desconto ilegal nos salários dos funcionários pelos roubos e avarias de mercadorias. “Vendedores e gerentes são descontados mensalmente pelo valor das mercadorias roubadas, perdidas ou danificadas. Estou pagando em dez parcelas a minha parte dos R$ 18 mil de prejuízo apurado no balanço feito no fim do ano passado”, relata Sônia.

“Este tipo de desconto é ilegal. O empregador está transferindo aos funcionários os riscos de sua atividade.  Isso é abuso de poder. A empresa é que deveria se precaver com a contratação de seguranças, instalação de câmeras de monitoramento e a criação de um sistema de controle de estoque”, comenta o diretor jurídico do Sindicato, Edson Machado.

Pelo amor ou pela dor – O diretor jurídico acrescentou: “Se eles não respeitam o trabalhador na base da lei e do diálogo, vão ter que respeitar pela pressão. Vamos pedir a mediação do Ministério Público do Trabalho e da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho. E para além das medidas legais que já estamos tomando, vamos ouvir o conjunto da diretoria e ampliar a consulta junto aos funcionários da Tele-Rio para estabelecer, com esse respaldo, qual será nossa estratégia de enfrentamento. A partir daí, vamos pra cima deles!”

    

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