Quanto custa a vida de um comerciário?

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assaltoComerciários mortos em assalto estavam em desvio da função. A trágica morte dos comerciários dos comerciários Mariane dos Santos Silva (marcada pelo círculo na foto), 24 anos, e Antenor da Silva Rios Neto, 47, reascendeu a luta dos trabalhadores por mais segurança e melhores condições de trabalho. A diretoria do Sindicato dos Comerciários (SECRJ) emitiu nota de pesar às famílias. Segundo Márcio Ayer, presidente do Sindicato, eles foram vítimas da violência, mas também da falta de responsabilidade dos empregadores com a segurança de seus funcionários. “Não podemos aceitar o desvio de função como um episódio isolado. O erro fez com que uma criança perdesse a mãe de forma absurda. O Sindicato está solidário à família por sua perda e vai lutar por justiça,” declarou o dirigente.

Fiscal de caixa do supermercado atacadista Trem Bão, que funciona na Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (CEASA-RJ), em Irajá, Zona Norte do Rio, Mariane costumava levar malotes de dinheiro para depósito em uma agência bancária que também nas proximidades do CEASA. Na última segunda-feira (17), portando R$ 59 mil, ela chegou ao local no fusca da empresa, dirigido pelo colega Antenor da Silva Rios Neto, de 47 anos, que trabalhava no setor de tesouraria do supermercado. Ao se aproximar da agência a trabalhadora foi abordada por assaltantes. Seguranças que estavam no local perceberam a ação e reagiram. Houve intenso tiroteio, no qual Mariane e Antenor foram atingidos. Ela morreu na hora e ele na ambulância, a caminho do hospital. Valmir dos Santos, de 42, também foi baleado e levado para o Hospital Carlos Chagas. 

Joyce Santos, irmã de Mariane, disse a jornalistas no local que ela trabalhava há três anos no mercado e há pelo menos um ano fazia os depósitos. “Como é que pode? Vinha com mochila de dinheiro, não sei a quantidade, mas para vir em mochila, R$ 50 mil, R$ 100 mil para cima. Par vir depositar num fusca? Com um segurança sem uma arma? E o carro-forte? Não existe isso, não existe”, repetia inconformada.

Segurança tem que ser prioridade “Os trabalhadores estão muito vulneráveis à ação dos bandidos. Os assaltos a lojas podem ser reduzidos com a ação do poder público com o combate à violência, mas as empresas podem colocar seguranças profissionais, principalmente, para o transporte de valores para inibir os assaltos,” argumenta o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, que destaca o crescimento dos assaltos a estabelecimentos comerciais na cidade. Só em 2014, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP) foram 7.740. “É preciso proteger o trabalhador da escalada da violência em nossa cidade,” defende.

Assalto é acidente de trabalho O diretor jurídico do SECRJ, Edson Machado, alerta que as empresas devem fazer a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em todas as situações traumáticas para o trabalhador, inclusive nos assaltos, em razão da própria violência sofrida e das sequelas oriundas de episódios desta natureza. “Muitas empresas se omitem e não fazem o registro da CAT, mas é um direito do trabalhador. Quando a empresas não emitir a CAT, após fazer o boletim de ocorrência do assalto na delegacia e o boletim de atendimento médico no hospital, o trabalhador deve fazer o registro no Sindicato”,  alerta o diretor.

Imagem: Reprodução do Facebook

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