Encontro analisa a situação da mulher no trabalho durante a pandemia

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O 2° Encontro das Comerciárias do Rio aconteceu no dia 29, em comemoração ao Mês da Mulher, e foi marcado por críticas em relação ao governo federal e à precarização do trabalho das mulheres em meio à pandemia. A reunião aconteceu virtualmente e contou com a presença de comerciárias e diversas convidadas que lutam por melhores condições de trabalho.

O encontro foi aberto pelo presidente do Sindicato, Márcio Ayer, que defendeu o importante papel do Sindicato na vida das trabalhadoras: “As pautas são inúmeras, todas elas direcionadas aos problemas que afetam a vida de todas elas; a garantia de emprego após a gestação e o afastamento de gestantes forçadas a trabalharem durante a pandemia, são algumas de nossas lutas nos últimos meses”, explicou.

A reunião foi conduzida pela Diretora da Mulher Trabalhadora do Sindicato, Rosangela Rocha, que enfatizou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no decorrer da pandemia: “A sobrecarga da mulher no ambiente de trabalho provocou uma infinidade de doenças”, contou. De acordo com um levantamento, houve aumentos de problemas vasculares (varizes) em funcionárias que ficam por um longo período sem mudar de posição e o crescimento de casos de infecção urinária, provocada por longos intervalos sem ir ao banheiro. Vale destacar ainda o papel do Sindicato dos Comerciários, que garantiu na justiça a liberação das grávidas e de trabalhadores com comorbidade nesta pandemia”.

O isolamento social e o desemprego levaram muitas mulheres  a uma convivência doméstica mais frequente; tornando muitas delas, vítimas da violência doméstica. “Muitos homens sentiram sua masculinidade ameaçada, quando, em meio ao desemprego, as mulheres passaram a ocupar o lugar de provedora do lar”, disse.

De acordo com supervisora técnica da Dieese da Bahia, Ana Georgina, durante os períodos de crise sanitária, as mulheres são as primeiras a serem prejudicadas: “No Brasil, 2 milhões de comerciários perderam seus empregos, desses, a maior parte foi mulheres que ainda não conseguiram se recolocar no mercado”, lamentou. 

Mesmo aquelas que passaram a trabalhar em casa, no sistema de teletrabalho, tiveram intensificação de serviços. “Houve uma sobrecarga do trabalho remunerado com o doméstico”, explicou. 

Negacionismo e descaso na saúde

Outra categoria que sofreu com o descaso do estado foram as enfermeiras. A deputada estadual Enfermeira Rejane falou sobre o catastrófico desmonte da saúde pública: “Desde o início, nós, enfermeiras, ficamos na linha de frente sem o mínimo para se proteger. As polêmicas da cloroquina; as fake news em relação aos tratamentos preventivos da Covid – já comprovados ineficazes, não passavam de manobras desse governo”, disparou. Para Rejane, houve politização da pandemia: “Temos um governo afastado por denúncias de desvio de verba da saúde. Não houve medidas concretas para proteger a população”.

Já a jornalista e psicóloga Ana Rocha, membro da União Brasileira de Mulheres, ressaltou que o presidente da República foi culpado pelo que estamos enfrentando hoje. “Um governo contrário à ciência e que ridicularizou as medidas de isolamento, não seria capaz de criar um plano eficaz de enfrentamento”, desabafou.

No encontro várias mulheres também falaram sobre suas experiências e o papel da mulher no mercado de trabalho. Rosangela por fim informou que está na pauta do Sindicato a realização do curso sobre feminismo e a luta dos trabalhadores e da entrega do Prêmio Margaridas, ainda este ano, se for possível.

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