Patrão vai à justiça para tirar emprego das empacotadoras

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Em meio à pandemia, com grave crise no país, a luta em defesa do emprego ganha uma importância ainda maior, mas os patrões da Confederação Nacional do Comércio (CNC) entraram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para revogar a Lei 8.932, que obriga os supermercados a manterem empacotadores enquanto perdurar o estado de calamidade pública, podendo ainda virar uma medida permanente para gerar emprego e renda.

empacotadoras

A medida foi sancionada pelo governador do Rio de Janeiro no dia 15 de julho. Sem a lei, serão as mulheres comerciárias, que em sua maioria são mães e chefes de família que vão perder seus empregos. Essa ação dos patrões no STF mostra a verdadeira face dos patrões, que não levam em conta a situação grave que o país atravessa, com um desemprego altíssimo e difícil recolocação no mercado de trabalho.

“Estamos indignados! Os supermercados tiveram lucros exorbitantes, não tem sentido nenhum demitir tanta gente assim, piorando em muito o atendimento dentro das lojas. Essa lei ajuda a preservar o emprego de muitos trabalhadores e trabalhadoras. O setor de supermercados não parou um momento sequer. Ao contrário, esteve aberto o tempo todo, na linha de frente. Mas agora os patrões não querem reconhecer isso. É inaceitável! Os trabalhadores merecem mais”, declara Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários.

Os patrões aproveitam o momento de crise para retirar direitos dos trabalhadores. A Reforma Trabalhista já provocou perdas para muitos comerciários. Além disso, em 2017, o então presidente Temer decretou o setor de supermercados como serviço essencial, o que acabou com o adicional de domingos para muitos trabalhadores. 

Os patrões deveriam valorizar suas empacotadoras que fazem o atendimento ficar mais rápido, evitando filas, dando suporte aos idosos e regulando o uso das sacolas plásticas. Tudo isso, é motivo de reconhecimento pelos clientes, que saem satisfeitos com a agilidade do serviço.  

O Sindicato acompanhou a aprovação do projeto na Alerj, como uma importante medida para a manutenção de empregos nesta crise do novo coronavírus, uma situação que não tem data para terminar. 

A ação da CNC terá como relator o ministro Ricardo Lewandowski, mas deve ser analisada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, por conta do recesso do supremo. O Sindicato quer que os ministros entendam a situação especial que o Brasil vive por conta da pandemia, quando milhares de vagas de empregos já foram fechadas, principalmente no comércio.  A manutenção dos empregos se torna uma medida ainda mais necessária, para preservar a renda dos trabalhadores que serão atingidos caso da lei deixe de valer. O Sindicato vai buscar o ingresso no processo do STF para fazer a defesa veemente da lei aprovada no Rio de Janeiro.

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