O primeiro passo da Campanha Salarial 2018 foi a aprovação em Assembleia da pauta de reivindicações. Ao todo são 107 reivindicações para contemplar direitos econômicos, sociais e associativos dos trabalhadores de 27 ramos do comércio do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes, escritas a partir de amplas consultas às bases do Sindicato.
Com o lema “Sou comerciário, valorize meu trabalho” a Campanha Salarial deste ano tem como grande novidade a luta pelo fim do trabalho aos domingos nos supermercados e nas lojas de rua. A pauta de reivindicações também pede: 8% de reajuste nos salários, no piso e na garantia dos vendedores comissionistas; quebra de caixa no valor de 10% do salário, vale-alimentação diário e plano de saúde nas empresas com mais de 200 empregados, dentre outras reivindicações de segmentos específicos do comércio.
Confira detalhes de alguns dos principais pontos:
Reajuste – Este ano a categoria pede 8% de reajuste nos salários. Em 2016 levamos 10%, e em 2017 o reajuste foi de 4%. Não significa que o aumento tenha sido menor de um ano pro outro. É preciso comparar com a inflação nos 12 meses antes da data-base, tomando como referência o INPC/ IBGE. Em 2016 essa inflação foi de 9,33% e em 2017 caiu para 3,9%. Agora em 2018 o índice ficou em 1,69%.
Piso – O Sindicato pede reajuste de 8,69%, para equiparar o piso dos comerciários ao piso regional fixado pela Alerj, que atualmente é de R$ 1.237,00.
Vendas online – Como as redes de eletrodomésticos e eletrônicos oferecem preços menores nos sites do que nas lojas, cresce o número de clientes que prefere comprar online. O vendedor perde duas vezes, porque além de vender menos não recebe comissão, mesmo que tenha entregue os produtos, feito trocas ou dado explicações ao cliente. Para acabar com a injustiça, uma das reivindicações é o pagamento de comissão sobre o valor total do produto aos vendedores comissionistas que efetivarem a entrega ou troca de produtos comprados online.
100% em feriados (supermercados) – Os funcionários de supermercados foram diretamente atingidos pelo decreto que incluiu os supermercados entre as ‘atividades essenciais’. A partir de uma interpretação desonesta do decreto, muitos patrões deixaram de pagar compensações por um trabalho até então era considerado extraordinário. Com isso, cortaram o adicional de 100% sobre as horas trabalhadas em feriados. Cobrada por trabalhadores de vários supermercados, a volta do 100% nos feriados é uma das principais bandeiras da Campanha Salarial 2018.
Fim do trabalho aos domingos (supermercados e comércio de rua) – O trabalho aos domingos priva os comerciários de momentos indispensáveis para o bem estar e a dignidade de qualquer ser humano. Pode ser cômodo para alguns consumidores, mas o preço pago pelos trabalhadores é alto demais, principalmente pelas trabalhadoras. Como uma mãe comerciária que trabalha de quarta a domingo pode se organizar se as creches em geral só funcionam de segunda a sexta-feira?
Quebra de Caixa de 10% – Ano passado, depois de muito tempo, foi reajustada a garantia paga aos operadores de caixa para cobrir eventuais diferenças no fechamento do dia, também conhecida como quebra de caixa, que chegou a R$ 52. Batemos firme nessa tecla porque entendemos que os riscos e prejuízos dos negócios devem ser sempre dos patrões, nunca dos trabalhadores. Por entender que o valor ainda é baixo e pela impossibilidade de impedir os descontos salariais, o Sindicato pede este ano a elevação da quebra de caixa para o valor equivalente a 10% do salário do funcionário.
Plano de saúde – Outra reivindicação importante é o pagamento de plano de saúde a todos os trabalhadores e dependentes nas firmas com mais de 200 funcionários. O plano deverá atender as necessidades dos trabalhador, com oferta de médicos e exames em locais próximos a sua residência ou local de trabalho. Para efeito de cálculo da quantidade de funcionários, deverão ser considerados os trabalhadores de todos os estabelecimentos, redes e franquias de cada empresa.
Vale-refeição de R$ 25/ dia – O Sindicato reivindica que todas as empresas do comércio paguem aos seus funcionários auxílio refeição no valor mínimo de R$ 25 por dia de trabalho, sob a forma de tíquete. As empresas que possuírem refeitórios estarão desobrigadas de pagar, mas não poderão oferecer aos seus funcionários refeições diferenciadas com base em posições hierárquicas. A comida do gerente tem que ser a mesma do peão.
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