Cota para pessoas com deficiência ainda é desafio no comércio

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Segundo estudo realizado por uma consultoria de recursos humanos (leia mais), menos de 10% dos empregadores cumprem a cota. “Muitas empresas acham que a contratação de pessoas com deficiência (PcD) reduz a produtividade, o que é um grande engano.  O que mais motiva essas pessoas é participar da vida em sociedade, ter um propósito e se sentir útil para a família. Por isso, a maioria das PcD agarra as oportunidades de trabalho com vontade e dá o melhor de si, o que geralmente até melhora a produtividade. Sem falar no ganho de imagem social para as marcas”, comenta o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio, Márcio Ayer.

Bom exemplo – Conforme a Lei nº 13.146/ 2015, no Brasil é considerada “pessoa com deficiência” todos que possuem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, possa impedir sua participação plena na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Como as PcD representam quase ¼ da população brasileira, para as empresas, lidar com elas é lidar diretamente com uma enorme parcela dos seus consumidores. Além de incentivar uma cultura inclusiva, respeitar as cotas pode se refletir em aumento das vendas.

Embora não seja uma empresa, o Sindicato faz a sua parte e cumpre a cota de empregos para pessoas com deficiência. Para reforçar o bom exemplo, a entidade passou a contar agora em abril com oito novos jovens aprendizes, todos com algum tipo de deficiência, seja física, auditiva ou intelectual. “O desafio do ser humano é lidar com o diferente. Por isso, firmamos uma parceria com a Subsecretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, que nos ajudou no processo de recrutamento, que é considerado difícil e leva muitas empresas a desistir de contratar pessoas com deficiência. A parceria também nos ajudou a adaptar as instalações do Sindicato e a preparar os demais funcionários para receber, entender e engajar os novos colegas”, conta a diretora sindical Ana Paula Costa.

Mau exemplo – Conforme o último Censo do IBGE (2010), 45 milhões de brasileiros (23,9% da população) possuem algum tipo de deficiência. No entanto, dados do governo indicam que menos de 1% dos empregos com carteira assinada são ocupados por pessoas com deficiência. Pela lei n° 8.213/91, toda empresa com mais de 100 funcionários deve manter 2% de funcionários com deficiência. Se isso fosse cumprido, conforme levantamento do Ministério do Trabalho, seriam abertos cerca de 827 mil postos de trabalho para esse enorme contingente de pessoas. Só que na prática, pelo menos no comércio, a maioria dos patrões prefere pagar a multa do que cumprir a cota.   

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