O homem-pássaro da Andarella

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Reprodução do site Búzios News

Os últimos passos da Andarella, parte II – Você já deve ter ouvido falar que a tradicional sapataria Andarella, que ia mal das pernas já há algum tempo, vai fechar as portas por esses dias. O Sindicato está de olho para garantir que os funcionários que já foram ou ainda serão demitidos tenham seus direitos respeitados. Mas você conhece a história da empresa? E o homem-pássaro da Andarella, já ouviu falar?

Os amigos Sebastião Carvalho (já falecido) e Ivaldo Barbosa se juntaram para fundar a boutique de calçados femininos Andarella em 1977. Segundo informações publicadas no próprio site da empresa (já fora do ar), a rede começou no Rio, aderiu ao franchising em 2001 e chegou a ter 12 lojas próprias e 27 franqueadas, em dez estados brasileiros. Mas enquanto a maioria dos funcionários da Andarella nunca chegou a receber vale-refeição (o pessoal do administrativo recebeu durante um tempo VR de R$ 7,50), Ivaldo Barbosa costuma alimentar seus pássaros com tenébrio, larva (isso mesmo!) rica em proteínas que pode custar até R$ 80 por pouco mais de 100 gramas. A ‘iguaria’ está entre os principais ingredientes da dieta das cem aves exóticas e silvestres que o empresário cria em sua pousada-ecológica, na Praia dos Ossos, em Búzios (RJ).

Segundo reportagem do site Búzios News, além de gastar uma pequena fortuna para alimentar suas aves com larvas, rações especiais e frutas frescas, o empresário montou uma espécie de hospital para suas cacatuas, papagaios, araras, currupiões e canários. Tem até uma CTI para os filhotes recém-nascidos. Já os funcionários da Andarella nunca tiveram plano de saúde. Só os do administrativo, mas também foi cortado recentemente.

Ações trabalhistas As regalias das aves de Barbosa chegam a ser uma ofensa quando comparadas à situação dos funcionários de suas lojas, que trabalham praticamente o dia inteiro de pé, com menos de uma hora de almoço e sem ter todos os seus direitos trabalhistas respeitados. Prova disso são as dezenas de processos movidos por ex-funcionários em tribunais de diferentes estados do país

O Sindicato dos Comerciários do Rio também tem uma ação correndo contra a Andarella na Justiça do Trabalho por vários descumprimentos da legislação trabalhista. Na ação pedimos: recolhimento das diferenças de FGTS em aberto, com aplicação de juros, correção monetária e multa; regularização dos recolhimentos de INSS, que a empresa não deposita embora desconte dos funcionários, o que pode caracterizar crime de apropriação indébita; pagamento em dobro das férias não pagas ou pagas fora do prazo; pagamento retroativo do vale-refeição em aberto; restabelecimento do plano de saúde dos funcionários que o detinham; indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 100 mil.

Repórter Comerciário Antes não havia ninguém aqui no Rio para defender os interesses dos comerciários da Andarella, dos supermercados e de tantas outras empresas que exploram de várias maneiras seus funcionários, usando tanto as brechas na lei quanto as formas ilegais de exploração. Reconquistado pelos trabalhadores, o Sindicato agora está pronto e disposto a enfrentar os abusos dos patrões. Faça parte dessa luta! Sofreu ou soube de alguma injustiça no comércio? Faça uma denúncia, procure nosso Departamento Jurídico ou conte sua história com detalhes que a gente publica aqui, nessa série de reportagens. Tá sabendo das baixarias que os donos da Folic armaram para não pagar seus ex-funcionários? Leia na próxima edição da série Repórter Comerciário!

Leia também:

Os últimos passos da Andarella – parte I

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