Em reunião com representantes da rede de supermercados Bramil, realizada nesta quarta-feira (8/3), o Sindicato dos Comerciários cobrou soluções para uma série de denúncias apresentadas pelos funcionários da empresa em Miguel Pereira e Paty do Alferes. Dentre os principais problemas apontados pelos trabalhadores estão assédio moral, jornadas excessivas, prática de banco de horas sem autorização do Sindicato e o não pagamento do auxílio-creche previsto na Convenção Coletiva. O Bramil emprega 5.100 funcionários em 17 lojas espalhadas por várias cidades no interior do Estado do Rio de Janeiro.
“Os salários são pagos em dinheiro no próprio caixa do mercado, na frente de todo mundo, até dos clientes. Além de ser um constrangimento que pode configurar assédio moral, o pagamento feito desta forma cria enorme insegurança para o trabalhador, que sai da loja com todo mundo sabendo que ele com dinheiro vivo no bolso”, reclamou o presidente do Sindicato, Márcio Ayer. Os representantes da empresa disseram desconhecer o fato e se comprometeram a buscar a solução sugerida pelo Sindicato, que é abertura de contas-salário para todos os funcionários.
O delegado sindical Marcelo Bizerra e o diretor José Cláudio de Oliveira apresentaram reclamações contra a prática recorrente das dobras (dupla jornada), inclusive por parte de funcionárias gestantes. Vários funcionários reclamam também que são forçados a trabalhar durante as folgas, ou a entrar na loja antes do início do expediente sem marcar o ponto. Os representantes do Bramil novamente disseram desconhecer as práticas, embora tenham reconhecido que são ilegais, se comprometendo a buscar meios para solucionar.
Associmil e auxílio-creche – Os diretores do Sindicato queixaram-se ainda que os funcionários do Bramil são obrigados a assinar, no momento da admissão na empresa, a adesão à Associação dos Empregados do Grupo Mil (Associmil). São descontados em cerca de R$ 5 por mês, sem a possibilidade de retirar o desconto do contracheque, mesmo que não queiram fazer parte da entidade. Os representantes da empresa alegaram que é uma associação dirigida pelos próprios empregados, de livre adesão, o que foi negado pelo diretor sindical Bruno Baldez, que é também funcionário do Bramil. “Já tentei várias vezes me desvincular, sem sucesso”, contou Bruno, que exigiu solução no sentido de desobrigar os trabalhadores à associação e ao desconto.
A vice-presidenta do Sindicato, Alexsandra Nogueira, reclamou também que a empresa descumpre a cláusula da Convenção Coletiva que determina o pagamento de auxílio-creche às funcionárias com filhos de até cinco anos, nas empresas que possuam mais de 30 funcionárias mulheres. Exigiu que o Bramil regularize a situação, inclusive com o pagamento do auxílio retroativo a todas as funcionárias que têm direito, para evitar que o Sindicato acione a empresa na Justiça do Trabalho.
Nova reunião – Os representantes da empresa se comprometeram a levar todas as questões à diretoria do Bramil, cuja sede funciona no município de Três Rios (RJ). Receberam prazo de 30 dias para encontrar soluções para os pontos assinalados. Nova reunião foi marcada no dia 5 de abril, na sede do Sindicato. Vamos ficar em cima!
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