Assembleia aprova indicativo de greve para 20/6

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Imagem: Jessé Andarilho/ Comerciários
Imagem: Jessé Andarilho/ Comerciários

Reunidos em histórica Assembleia na noite dessa quinta-feira (2), os comerciários e comerciárias do Rio rejeitaram as propostas de reajuste salarial apresentadas pelos sindicatos patronais. Os trabalhadores aprovaram o indicativo de greve: caso os patrões não apresentem até 20/6 nova proposta com reajuste acima da inflação, os comerciários prometem iniciar, com apoio do Sindicato, um movimento de greves e paralisações.

A atividade realizada em Madureira, na Zona Norte do Rio, contou com a participação de trabalhadoras e trabalhadores de vários centros comerciais da cidade. Os comerciários cobraram ainda a equiparação do piso da categoria ao piso estadual (R$ 1.091,12), além de avanços em outros pontos Pauta de Reivindicações, como a concessão de auxílio creche.

Até o momento, os patrões representados pela Fecomércio (várias categorias), SindiLojas (shoppings e comércio de rua) e SindiGêneros (supermercados, hortifrutis e similares) apresentaram propostas semelhantes de reajuste, todas na casa de 8%. “É uma proposta vergonhosa, abaixo da inflação (9,83% – INPC), o que traz perdas no poder de compra dos salários. Nesse ritmo, em pouco tempo o salário mínimo vai ultrapassar o piso da categoria. Não aceitamos qualquer negociação sem um mínimo de ganho real, que eleve o piso, pelo menos, ao valor do piso regional. Caso a proposta deles não melhore, vamos ter greve”, resumiu após a Assembleia o presidente do Sindicato, Márcio Ayer.

Patrões vão tremer – “Nos últimos anos, o Brasil estava com a economia muito aquecida e os patrões nadaram de braçada. Mesmo assim, não repassaram aos trabalhadores nada além do que o reajuste da inflação, quando não menos do que isso. Eles estavam acostumados a resolver tudo na base do acerto com a família Mata Roma. Queriam repetir a fórmula esse ano, mas já perceberam que agora a luta do Sindicato é pra valer. O apoio que a gente recebe dos trabalhadores nas ruas e nas redes sociais está deixando os patrões com medo”, acrescentou Márcio, lembrando que a participação dos trabalhadores na Campanha é fundamental para o Sindicato chegar com mais moral nas mesas de negociação .

O representante da CTB, central sindical a qual o Sindicato é filiada, Paulinho da Rocinha, lembrou que a Campanha Salarial se desenrola em um cenário de crise política, recessão econômica e ameaças à democracia. “Apesar disso, a Campanha de vocês se fez conhecida, foi para as ruas, foi para a TV, para a imprensa, e está sendo muito discutida nas lojas e nas esquinas da cidade. Isso está assustando os patrões, o que já é um grande avanço. Vamos botar fogo que eles vão tremer!”

Pressão e unidade – “Nas Casas Bahia chamam a gente de colaborador, mas isso é só no crachá. Embora sejamos o grande patrimônio do patrão, os maiores responsáveis pelo sucesso da empresa, não temos reconhecimento. A gente não aceita esses 8%. Isso é migalha, merecemos mais! Sem união, não tem vitória. Vamos fortalecer essa luta e mostrar para eles que a gente merece respeito e dignidade. Patrão só abre a mão na base da pressão ou na base da porrada mesmo!”, disse o comerciário M.A., funcionário da Via Varejo, resumindo o sentimento de muitos trabalhadores e trabalhadoras no comércio do Rio.

Foto: Jessé Andarilho/Comerciários
Foto: Jessé Andarilho/Comerciários
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