Sindicato debate na Alerj o impacto da escala 6×1 para as mulheres

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Na manhã desta terça-feira (20), o Sindicato dos Comerciários do Rio participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para denunciar como a escala 6×1 agrava a desigualdade de gênero e recai com ainda mais peso sobre as mulheres, em especial as mulheres negras e pobres.

alerj

“Cada vez que chegamos na mesa de negociação com o setor patronal para falar sobre direitos mínimos da mulher trabalhadora – muitas das vezes direitos que não são econômicos, que para o empresariado não custa nada – como por exemplo pedir para que as mulheres que estão amamentando trabalhar mais próximo de casa, somos refutados com “isso vai gerar desemprego para as mulheres” ou “nós não vamos mais contratar mulheres”, relata Paula Brito, vice-presidente do Sindicato dos Comerciários.

“A crueldade com a mulher trabalhadora é extrema. O fim da jornada 6×1 é um avanço civilizatório para as mulheres porque impacta em diversas áreas da nossa vida. A nossa jornada não para!”, finaliza a vice-presidente.

A audiência foi convocada pela deputada estadual Dani Balbi, que é presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social, em conjunto com a deputada Renata Souza, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres. A audiência reuniu lideranças sindicais e movimentos sociais. A audiência reuniu lideranças sindicais e movimentos sociais.

As falas foram marcadas por relatos de sobrecarga, assédio e abandono das trabalhadoras informais, muitas em jornadas de 7×0, sem um dia de descanso. A audiência também trouxe números que mostram a desigualdade do mercado de trabalho para as trabalhadoras: mulheres negras recebem, em média, 47% a menos que homens não-negros, mesmo ocupando o mesmo cargo. Mostra ainda que 66% das pessoas que fazem trabalho doméstico no Brasil são mulheres negras.

Para a diretora do SECRJ e coordenadora do Coletivo Margaridas, Rosangela Rocha, “a escala 6×1 não é neutra. Ela afeta mais profundamente quem já carrega múltiplas jornadas e menos acesso a direitos: as mulheres da classe trabalhadora”.

Pesquisa 6×1

O Sindicato dos Comerciários e o Observatório do Estado Social Brasileiro realizaram uma pesquisa inédita sobre a escala 6×1. O estudo traz dados detalhados sobre como essa jornada afeta a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente das mulheres. Conheça mais: https://secrj.org.br/pesquisa-fim-da-escala-6×1/

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