Supermercado Metrópole fecha lojas dá calote em trabalhadores

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Imagine trabalhar quase 30 anos em uma empresa que, absolutamente do nada, fecha suas lojas e fica devendo salários e benefícios? Pois é isso que está acontecendo no Supermercado Metrópole (CNPJ 29.323.367/0016-04). Perto do final do ano, a empresa “deu de presente pros funcionários” atraso nos salários e a incerteza de receberem o 13º e os demais benefícios, como vale alimentação e cesta básica. 

A trabalhadora, que vamos chamar de Valdirene, prefere ter seu nome verdadeiro preservado. Ela veio ao Sindicato nesta quarta-feira, dia 6, para falar com a equipe jurídica e se informar sobre seus direitos diante dessa situação surreal.

Em total desespero, Valdirene veio ao Sindicato em busca de orientação e contou que, além do fechamento das lojas e do escritório, a empresa está com irregularidades nos pagamentos desde setembro.

Em pleno mês de dezembro, próximo ao natal e ao ano novo, a empresa diz que vai reabrir as lojas e regularizar a situação e tem pedido para que os mais de 100 funcionários aguardem. 

Segundo a equipe jurídica do Sindicato, outros trabalhadores do mercado também estão procurando o setor para solicitar informações. As lojas fecharam no último dia 30 de outubro.

“É uma situação absurda! Em pleno fim de ano, a empresa resolve fechar as portas e deixar seus funcionários à deriva, com salários e benefícios atrasados. Vamos cobrar um posicionamento claro dos responsáveis de todas as formas possíveis “, declara Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários.

Situação desesperadora

“Tem pessoas com quase 30 anos de carteira assinada pedindo demissão e deixando seus direitos para trás, pois não estamos vendo sinais de esperança. Estou muito abalada emocionalmente pois, além das contas atrasadas, meu nome já está no SPC. Estou dependendo de parentes para me alimentar. Em pleno natal não vou conseguir dar presentes para meus filhos e netos”, relata a trabalhadora.

Valdirene diz que a empresa sempre teve uma conduta correta com os trabalhadores, com pagamentos em dia e demais obrigações, mas após a compra do mercado por novos patrões, a situação ficou instável.

A trabalhadora chora por sua condição atual, mas deseja que a situação seja resolvida, pois entende que muitas famílias dependem destes trabalhos. 

“Já estamos apurando e colhendo as denúncias de outros trabalhadores do mercado. Além de problemas nos pagamentos, também recebemos reclamações de atrasos no depósito do FGTS, pagamento incorreto dos valores de refeição nos finais de semana e feriados e não realização do reajuste salarial fechado na convenção”, finaliza Paulo Henrique, diretor do setor jurídico do Sindicato.

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