Sindicato fecha campanha salarial de 2024 com ganho real em todos os segmentos

A melhora na economia, com a recuperação das vendas no comércio – crescimento de 9,7% no último ano, segundo o IBGE -, e a queda no desemprego (6,4% no último trimestre de 2024), impulsionam a campanha salarial deste ano na luta pelo aumento real nos salários. Junto com esta batalha, emergiu a pauta pelo fim da escala 6×1, que recebeu forte apoio dos trabalhadores.

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“Exigimos das empresas a reposição das perdas para a inflação, mais o ganho real nos salários. Em alguns segmentos foi possível avançar mais rápido e conseguimos uma proposta após as primeiras rodadas. Já para o setor de shoppings e lojas de rua a situação foi bem mais complicada”, destaca Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes.

Ao todo, são 26 segmentos do comércio, entre varejistas e atacadistas, organizados em sindicatos patronais, com os quais o Sindicato dos Comerciários negocia todos os anos. Se em alguns segmentos as negociações tiveram um desfecho mais rápido, no caso dos patrões de shoppings e lojas de rua (Sindilojas), a situação foi bem mais difícil. Após diversas reuniões, não foi apresentada nenhuma contraproposta por parte deles.

O Sindicato, então, passou a denunciar essa falta de respeito com os trabalhadores, através das suas redes sociais e nas lojas. Muitos trabalhadores demonstraram sua indignação:

“surreal o que estão fazendo com os trabalhadores”, “vamos juntos, eles têm que entender que precisam nos respeitar”, “já não basta trabalhar no 6×1, ainda querem esse desrespeito com o trabalhador”….foram alguns dos comentários em nossas redes sociais.  

Foi necessário o Sindicato convocar uma assembleia para analisar a aprovação do estado de greve para que os patrões finalmente se mexessem e então apresentassem uma proposta decente que pudesse ser aprovada pelos trabalhadores.

A campanha acaba, mas o jogo sujo continua

Uma vez assinada a convenção coletiva, o Sindicato poderia seguir em frente nas suas ações. Só que não! Entrou em ação um jogo sujo, com o objetivo de enfraquecer a luta dos trabalhadores.

Foi iniciada a disseminação de inverdades sobre a contribuição negocial aprovada pelos trabalhadores em assembleia. Isso gerou filas e até mesmo trabalhadores de outros municípios foram enviados para a sede para se opor, sem sequer saber do que se tratava.

O Sindicato buscou dialogar com os trabalhadores, explicar que é a contribuição negocial que mantém as fiscalizações do Sindicato, a campanha salarial e o departamento jurídico atuante.

Vale lembrar ainda que todos, sem exceção, sócios ou não, são contemplados com o reajuste salarial, os benefícios e os direitos conquistados nas negociações entre Sindicato e empresários. 

“O que os patrões realmente não querem é um Sindicato que fique no pé deles, fiscalizando, acionando a justiça a cada descumprimento da convenção coletiva. O que eles querem mesmo é explorar, cortar folgas, não aumentar salários e asfixiar o Sindicato para violar seus direitos”, reafirma Ayer.

Campanha contra o 6×1 ganha as ruas

Apesar de não ter sido conquistada na convenção coletiva, a campanha pelo fim da escala 6×1 teve um forte impacto neste ano. Os trabalhadores do comércio mostraram que não aguentam mais uma jornada tão sacrificante.

A redução da jornada de trabalho sem redução de salários, é um objetivo permanente da luta da categoria, e estará sempre na nossa pauta, até realmente conquistarmos uma jornada adequada para os trabalhadores. Há anos que o movimento sindical destaca a importância da redução da jornada e que apenas uma folga por semana é incompatível com a dignidade dos trabalhadores. Isso melhora a qualidade de vida e não compromete a produtividade das empresas. Por isso, vamos persistir nesta luta ao lado dos trabalhadores, finaliza Márcio Ayer.

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