O dia 14 de julho será sempre lembrado pelo Sindicato dos Comerciários como uma data emocionante. O Coletivo de Igualdade Racial, que ganhou o nome de Kathlen Romeu, recebeu a família da comerciária assassinada a tiros no ano passado. Com muita emoção, os familiares receberam do Sindicato uma placa para que seu nome e a sua história não sejam esquecidas e que Kathlen seja um símbolo de luta e resistência.
O pai de Kathen, Luciano Romeu, lembrou do quanto sua filha era cheia de vida e de planos que foram interrompidos por um tiro de fuzil. A mãe e a avó, também presentes, não conseguiram conter as lágrimas diante da dor da ausência de sua ente querida e do sentimento de injustiça e impunidade.
Após investigação, o Ministério Público denunciou os cinco policiais por alterarem a cena do crime intencionalmente e, assim como a Polícia Civil, concluiu que o tiro que matou Kathlen partiu da arma de um policial, porém até o momento ninguém foi responsabilizado.
A diretora de Promoção da Igualdade Racial e coordenadora do Coletivo, Darlana Santiago, conduziu o encontro, trazendo para o debate, o racismo cotidiano presente no ambiente de trabalho e na sociedade: “agradeço muito a família da Kathlen pela presença. Esse é um espaço para organizar nossa luta de resistência e de combate ao racismo”.
Na sequência, o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, falou sobre o momento político do país e comentou sobre a postura do atual presidente da República em relação à população negra: “um presidente que diz que não há racismo no Brasil e a gente conhece tantos casos Brasil afora. É preciso mudar essa política genocida de Bolsonaro”.
Documentário emociona
Para aprofundar sobre a temática e trazer depoimentos de comerciários que sofreram discriminação racial em suas empresas, foi exibido o documentário “Preto Conceito”. O documentário, produzido pelo Sindicato, traz falas profundas e denúncias de casos ocorridos no comércio, o que sensibilizou toda a plateia. Não deixe de assistir: PretoConceito
Após a apresentação do documentário, a deputada Estadual Enfermeira Rejane também lembrou das falas racistas do Bolsonaro e destacou dados importantes que comprovam que os corpos negros são os mais alvejados pela necropolítica praticada pelo Estado do Rio de Janeiro.
A diretora Nacional da Unegro, Helena Bretas, falou sobre lutas e sobre protagonismo negro. Por fim, também condenou as ações policiais nas favelas, que têm como principal alvo pretos e pobres.
Conheça o Coletivo
O Coletivo de Igualdade Racial passou a ter o nome de Kathlen Romeu para manter a história dela viva e também como forma de resistência e denúncia dos casos de violência policial nas favelas e periferias contra pessoas negras e pobres.
Esse Coletivo nasceu da necessidade de lutar por uma sociedade onde não exista mais racismo, e que as relações de trabalho sejam baseadas na igualdade de direitos e de oportunidades.
O Coletivo está aberto para a participação de todas as pessoas com o objetivo de combater todos os tipos de preconceito e a ajudar a acolher trabalhadoras e trabalhadores que sofrem ou sofreram algum tipo de racismo. Venha conhecer! Aponte sua câmera para o QR Code abaixo e participe do nosso grupo de Whatsapp:
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