Justiça mantém condenação da gestão Mata Roma à frente do Sindicato

A Justiça do Trabalho, através da ação movida pelo Ministério Público do Trabalho, manteve a condenação, em segunda instância, da antiga gestão feita por Mata Roma e demais dirigentes. São réus na ação o Presidente, Vice-Presidente, Secretário Geral e Diretor de Finanças da antiga gestão. Pela decisão, fica mantida a perda do mandato dos então dirigentes sindicais, inclusive afastando qualquer possibilidade deles concorrerem a algum cargo na entidade.

mata roma

Ao considerar as provas que provocaram danos morais coletivos, ou seja, pelos danos causados a toda a categoria, a justiça condenou os réus ao pagamento de R$ 2 MILHÕES, a serem destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

“Foi mais uma importante decisão da justiça. Esperamos que seja mantida em outras instâncias para ressarcir ao Sindicato e aos trabalhadores tudo o que foi desviado durante todos esses anos que eles estiveram à frente da entidade”, comemora o presidente Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários.  

Além disso, a justiça determinou que os réus sejam desfiliados da entidade sindical por má conduta e lesão ao patrimônio moral e material do SEC-RJ.

Segundo a justiça, na sua decisão, ficou “devidamente comprovado que os réus foram ímprobos administrando dinheiro, contas e patrimônio do Sindicato e também atuaram em nítida conduta antissindical. Restou evidenciado que eram eles quem administravam o Sindicato e foram eles diretamente autores de todas as ilegalidades praticadas em sua gestão. Não obstante a importância que possui o dinheiro do custeio da entidade sindical, a parte mais decepcionante da conduta dos reclamados, como diretores do sindicato dos trabalhadores, foi o abuso de sua posição na entidade que, por via de consequência, prejudicou pessoas que deveriam defender”.

O então presidente da entidade Otton da Costa Mata Roma chegava a receber, em 2013, a remuneração de R$ 32.670,98 por mês, “equivalente aos valores percebidos por executivos de multinacionais”. Isso sem ser comerciário, requisito fundamental para exercer o cargo de dirigente sindical. O réu na verdade atuava como empresário, sendo dono da empresa Lual Táxi Aéreo e O da Costa Mata Roma Comércio de Carnes ME e sócio gerente da empresa Asas Missionárias Táxi Aéreo.

A auditoria determinada pela justiça confirmou os pagamentos de remunerações feitas aos dirigentes e a má-gestão dos mesmos à frente da entidade sindical. Todas essas irregularidades chegaram a levar os réus à prisão, por decisão do juiz da 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, em ação penal, na qual respondem por “organização criminosa”, apropriação indébita, lavagem e ocultação de bens, entre outros crimes. 

Decisão mantém resultado das eleições de 2015

A justiça também confirmou o resultado da eleição ocorrida em 2015, que elegeu a nova direção sindical, tendo à frente o presidente Márcio Ayer. Os réus insistiram em anular a eleição, mas todas as ações foram julgadas improcedentes. Essa foi a primeira eleição realizada de forma democrática, após quase 50 anos da gestão da família Mata Roma. No último dia 18 de junho, essa data histórica completou 7 anos e foi muito comemorada. 

A justiça disse ainda que todo o processo eleitoral seguiu rigorosamente as regras estabelecidas pelo regimento eleitoral elaborado pela comissão criada para esse fim, com fiscalização do Ministério Público. Os réus ainda podem recorrer das condenações.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

19 + 4 =