Mundial ameaça com corte do adicional de domingo

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A rede de supermercados Mundial está ameaçando retirar o pagamento dos 100% para quem trabalha aos domingos. Não podemos aceitar esse absurdo em plena pandemia, quando os trabalhadores do Mundial não pararam um dia sequer. O Sindicato está cobrando uma posição oficial da empresa.

Por conta do fim da vigência do acordo assinado, o Sindicato enviou ao Mundial uma solicitação de reunião para tratar deste tema e de outros problemas apresentados pelos diretores do Sindicato. Foi feita a primeira reunião e quando foi solicitada a segunda eles disseram que não tinham interesse em renovar o acordo que foi fruto da greve e que garantiu a manutenção do pagamento do adicional. 

O Sindicato aguarda agora uma posição oficial do supermercado sobre a renovação do acordo. Caso a empresa decida não renovar o benefício, o Sindicato convocará uma assembleia com todos os trabalhadores do Mundial para debatermos essa decisão da empresa, decidida por eles sem negociar com o Sindicato, e tomarmos em conjunto as medidas necessárias.

Em plena pandemia, com supermercados cheios, com trabalhador exposto ao vírus, sem ter parado um dia sequer, o Mundial vem agora querer ameaçar com o corte desse direito, uma grande injustiça e falta de reconhecimento com todos os comerciários da rede que estão na linha de frente.

Vale lembrar que para garantir esse direito, os trabalhadores tiveram que realizar uma grande greve, com apoio do Sindicato, para recuperar esse benefício, novamente ameaçado. 

O pagamento do adicional de 100% das horas trabalhadas aos domingos para os funcionários mais antigos e 50% para os mais novos foi resultado da mobilização vitoriosa dos trabalhadores, graças ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) firmado pelo Sindicato, em 2017, assinado pelo supermercado. 

Ingratidão com aqueles que se arriscam em meio à pandemia 

Segundo o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, os trabalhadores de supermercado são  alvos do corte de direitos, principalmente a partir da Reforma Trabalhista de 2017. “Os funcionários do Mundial foram os primeiros a sentir as mudanças da reforma. Em 2017, sentiram isso na pele. Não vamos permitir esse retrocesso. Vencemos pela união e não será diferente agora, vamos pra luta!”, declarou.

Márcio Ayer ressaltou ainda que se for preciso vai mobilizar os comerciários para impedir esse corte e, se necessário, com uma nova paralisação. “Num momento como esse, em que vivemos expostos a um vírus letal, não podemos aceitar um corte dessa proporção como recompensa. Faremos o que estiver ao nosso alcance para impedir esse absurdo e defender estes trabalhadores”, disparou.

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