Racismo é crime e precisa ser combatido. Ainda hoje, o preconceito é grande, inclusive no mercado de trabalho, onde negros e negras acabam ocupando postos menos qualificados. Foi com essa formulação que o Sindicato dos Comerciários lançou o Coletivo de Igualdade Racial, através de uma plenária virtual por conta das medidas de isolamento social.
Dados do IBGE mostram que negros e pardos representam 55% da população brasileira. Ainda hoje, a média salarial é maior para brancos (R$ 2.796), 74% a mais do que recebem negros e pardos (R$ 1.608), segunda pesquisa de 2019. Além disso, de acordo com o IBGE, 70% das vagas gerenciais são ocupadas por brancos, já os negros são a maioria de desempregados.
O coletivo foi lançado com um debate sobre o racismo no mercado de trabalho. A diretora de Promoção da Igualdade Racial do Sindicato, Darlana Santiago, coordenou o encontro virtual destacando a importância do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Também abordou as dificuldades das mulheres negras para se manterem no mercado de trabalho, muitas delas enfrentam dupla jornada e são chefes de família.
O debate, que contou com a presença de diversos diretores do Sindicato dos Comerciários, teve as participações da diretora de Igualdade Racial da CTB, Mônica Custódio, e Vânia Bretas, presidenta da União Brasileira de Mulheres do Rio de Janeiro. Elas destacaram a importância das entidades sindicais travarem a luta contra o racismo, debatendo esse tema com os comerciários, já que essa ainda ainda é uma realidade presente no ambiente de trabalho. Ao mesmo tempo, fazer a luta em defesa da vida, contra a política de violência dos governos, que assassinam, em sua maioria, jovens negros, além da necessidade de unir os trabalhadores e as trabalhadoras para debater o racismo.
Ao final, Darlana disse que será papel do coletivo contribuir na formação dos comerciários na luta contra o racismo e que para isso será importante a realização de um seminário com essa temática.
25 de julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha
Nesse sábado, 25 de julho, é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americano e Caribenha. A data é uma referência ao 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em 1992, na República Dominicana, que criou a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas.
Em 2014, foi sancionada a Lei nº 12.987 que definiu o 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza foi líder quilombola, no século 18. Após a morte do seu companheiro, Tereza se tornou a rainha do quilombo, resistindo à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído.
10 ano do Estatuto da Igualdade Racial
O ano de 2020 marca os 10 anos de aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, que se transformou na Lei 12.288. Após décadas de debate, o estatuto é um marco para orientação e criação de órgãos e leis com políticas públicas de reparação e promoção da igualdade racial, para o acesso à saúde, educação, cultura, liberdade de culto e oportunidades iguais, em um país ainda fortemente marcado pelo racismo.
Sofreu racismo? Denuncie em www.secrj.org.br/denuncias. Caso prefira, envie um email para denuncia@secrj.org.br ou mande mensagem para (21) 96424-3770. A denúncia é anônima.
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