A pressão dos Comerciários do Rio por um aumento de salário justo voltou a ser sentida pelos patrões nesta segunda-feira (26/06). O Sindicato visitou em seus locais de trabalho funcionários de grandes redes de supermercados – como Prezunic, Atacadão e Extra, dentre outras – em Santa Cruz, Campo Grande e Bangu. Os diretores do Sindicato se revezaram ao microfone para dar informes sobre a negociação do reajuste anual. Denunciaram a intransigência das empresas, que até agora não aceitaram ir além da reposição da inflação, com 3,99% (INPC). De pé à porta das lojas, com carro de som, panfletos, apitos e bandeiras, a diretoria mandou o papo reto para trabalhadores, clientes e, principalmente, para os patrões.
“Isso aqui é só um esquenta para vocês entenderem que o Sindicato não está de brincadeira. Cadê o nosso aumento!? Dividam a fatia do bolo, vocês podem e devem! Não coloquem culpa na crise, na negligência de vocês. Vamos deixar de ser muquiranas! Para que tenhamos um ambiente de trabalho mais saudável, é preciso considerar os direitos dos trabalhadores e clientes. Cadê a cadeira da operadora de caixa? Toda quebrada, não existe! Cadê a empacotadora para embalar suas compras, senhor cliente? O senhor vem aqui, gasta o dinheiro suado com as compras, paga caro, e ainda tem que trabalhar pro supermercado!?”, provocou a vice-presidenta do Sindicato, Alexsandra Nogueira, na porta de um supermercado em Santa Cruz.
Ela foi sucedida por vários outros diretores do Sindicato, todos conhecedores da realidade do chão de loja, que fizeram pesadas críticas às más condições de trabalho, ao assédio moral e ao esculacho diário pelo qual passam os trabalhadores do setor. A diretora Daniele Moretti falou por todos quando disse, na porta de outra loja em Campo Grande: “ A gente está só começando, é um aviso! A crise não atingiu os supermercados, que estão vendendo como nunca. Não tem porque o Sindigêneros (sindicato patronal dos supermercados) negar um aumento justo aos trabalhadores”.
Estado de greve – O Sindicato cobra reajuste de salário acima da inflação, equiparação dos pisos ao mínimo regional definido pela ALERJ (R$ 1.178,40) e avanços nas cláusulas sociais das Convenções. Estacionados na contraproposta mesquinha de 4%, os patrões até agora não aceitaram sequer discutir reivindicações que não geram custos como, por exemplo, a obrigatoriedade de oferecer água potável nos locais de trabalho. Por isso, em sua última Assembleia (22/6), a categoria decretou estado de greve e poderá detonar paralisações de lojas a qualquer momento no Rio.
“Eles querem manter os trabalhadores do comércio na idade das trevas. Têm esperança de tirar ainda mais vantagem sobre a gente com a aprovação desse retrocesso que o Temer chama de reforma trabalhista. Mas os trabalhadores não vão permitir esses absurdos. Além da nossa Campanha Salarial, que poderá levar à paralisação do comércio, toda a categoria se mobiliza para as atividades da próxima sexta-feira 30/6. Vamos às ruas contra as reformas trabalhista e previdenciária, pelo Fora Temer e por Diretas Já”, convocou o presidente do Sindicato, Márcio Ayer.
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