Comerciários são reféns da violência no Rio

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Imagem: Reprodução da TV

Na sexta-feira passada (30/05), a (CDL-Rio) divulgou pesquisa sobre gastos com segurança em estabelecimentos comerciais. Segundo o estudo, entre abril de 2016 e abril deste ano,  R$ 1,2 bilhão foram investidos em segurança. O gasto extra envolveu compra de equipamentos, alarmes, contratação de seguro e seguranças, colocação de grades, blindagem de portas e reforço de vitrines. Contudo, nenhum desses aparatos garantiu a paz dos comerciários. Só no último mês de maio, os trabalhadores passaram por assaltos a mão armada no BarraShopping e nas Lojas Americanas, além de um arrastão em lojas próximas à Central do Brasil. No shopping Nova América aconteceu o caso mais recente, segunda-feira passada (29/5), quando um assalto causou pânico entre  frequentadores e funcionários.

“Cobramos às administrações dos shoppings que reforcem ainda mais a segurança desses locais. Em relação às lojas, exigimos a  emissão de documentos para proteger os comerciários, tais como a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), sobretudo nos caso de crimes que deixem sequelas físicas ou psicológicas. Mas nós sabemos que a violência no Rio de Janeiro não vai ser resolver só com reforços em segurança privada, precisamos de um reforço no âmbito público também. A Secretaria de Segurança perdeu mais de dois mil policiais, entre civis e militares, no ano passado. Os arredores do comércio se tornaram cenário de crimes que são cometidos em plena luz do dia, com bandidos armados invadindo centros comerciais. O Sindicato quer que o comerciário trabalhe com segurança e não vai medir esforços para que isso aconteça “, explica o presidente do Sindicato Márcio Ayer.

O diretor sindical Alessandro furtado entregou ofício do Sindicato ás Lojas Americanas. Imagem: Divulgação/ Comerciários

Diretores do Sindicato foram às empresas envolvidas nos assaltos para entregar, pessoalmente, ofícios exigindo a emissão de CAT para todos os funcionários que estavam trabalhando no momento dos incidentes. “Em casos como esses, em que o trabalhador fica exposto a uma situação de risco, a empresa é obrigada a informar o ocorrido à Previdência Social, podendo ser multada caso descumpra o prazo de 1 dia útil após o incidente. Em casos de reincidência, o valor da multa aumenta. Sem a CAT, o empregador não consegue dar entrada em benefícios como auxílio doença e auxílio acidente, o que pode atrapalhar o recebimento do benefício por parte do trabalhador, caso seja necessário”, explica o diretor Alessandro Furtado, que foi à matriz da Lojas Americanas no Rio para entregar o ofício do Sindicato.

“A orientação é para que todos os comerciários que estiveram envolvidos em casos como esse e não tiveram a CAT emitida, procurem o Departamento Jurídico para ser orientado sobre o que fazer. A empresa tem o prazo de um dia útil após o incidente, caso a empresa se recuse a fazer, o Sindicato tem poder legal para comunicar ao órgão responsável”, explicou o diretor jurídico do Sindicato, Edson Machado. O atendimento jurídico é presencial e gratuito para todos os comerciários, aqui na sede do Sindicato (R. André Cavalcanti, 33 – Lapa), de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30. Também há atendimento na subsede de Campo Grande (segundas e sextas-feiras, das 9h às 16h) e do BarraShopping (às quintas feiras, das 9h às 17h).

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