Terceirização é criticada por comerciários de Campo Grande

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Imagem: Rafael Rodrigues/ Comerciários

O Sindicato reuniu comerciários em sua subsede de Campo Grande, nesta quarta-feira (5/4), para colher sugestões dos trabalhadores da região para a pauta de reivindicações da próxima Campanha Salarial. A roda de conversa “Sindicato dá o papo” serviu ainda como momento de reflexão sobre o momento vivido pela classe trabalhadora de forma geral, além de questões específicas dos trabalhadores do comércio.

A funcionários de lojas e supermercados, além de comerciários aposentados, o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, criticou o fato da exploração ter se transformado em “modelo de negócios” das empresas. “Recebemos centenas de denúncias todos os dias. Procuramos dar conta de todas, mas o que realmente precisamos mudar é a cultura da exploração. Só a nossa ação articulada será capaz de transformar essa realidade. Nesse sentido, precisamos de vocês para aumentar a pressão sobre os patrões. Eles não vão dar nada de mão beijada”, disse o presidente.

A vice Alexsandra Nogueira falou sobre a importância dos trabalhadores também participarem da política. “Só a luta organizada da classe trabalhadora será capaz de se contrapor, por exemplo, aos retrocessos de direitos que fazem parte da agenda golpista de Temer”. Em resposta, os comerciários presentes pediram que o Sindicato realize novas rodas de conversa, de forma a tornar mais claro para os trabalhadores como funciona o jogo da exploração e as alternativas para superá-la.

Terceirização – O montador de móveis E.G., funcionário da Casas Bahia, por exemplo, reclamou da recente aprovação da lei que libera as terceirizações. Ele exemplificou com o processo de terceirização que ocorre na sua empresa. “Os terceirizados não recebem ajuda de custo ou vale transporte, como nós montadores da empresa. Um guarda roupa que eu monto por R$ 56, eles recebem R$ 24. Quando faturam pouco, não contam com a garantia mínima dos comissionistas, que o Sindicato botou em R$ 1.200. Trabalham como autônomos, sem carteira assinada ou qualquer vínculo com as empresas. A Via Varejo já chegou a ter 350 montadores aqui na área de Campo Grande. Hoje somos só 26”, contou o trabalhador.

O diretor sindical Paulo Henrique também ressaltou que só a participação dos trabalhadores trará conquistas. Um dos palcos para essa militância, segundo ele, são as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs), na medida em que as jornadas excessivas e más condições de trabalho são as principais causas das doenças ocupacionais que afetam os comerciários. Sobre esse assunto, o montador das Casas Bahia voltou a fazer comentários interessantes.

“As eleições das CIPAs na Via Varejo são sempre forjadas. Nossos candidatos nunca ganhavam. Mas desmascaramos isso quando todos os montadores se juntaram pra votar em massa no mesmo representante. Esperamos o último momento, minutos antes de fecharem as urnas, para votar todos juntos. Aí exigimos a imediata contagem dos votos, na frente de todos. Dessa vez a gente ganhou de lavada”, contou o comerciário. Seu testemunho comprova que só a união dos trabalhadores é capaz de garantir conquistas e o aumento do nosso poder de barganha nas negociações com os patrões.

Vem pra luta você também!

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