Patrão ostentação: de bolso cheio e chorando miséria

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PATRÃO OSTENTAÇÃO
Donos do comércio estão entre as pessoas mais ricas do país. Adoram ostentar suas fortunas, mas acenam com mão de vaca na hora de aumentar o salário do trabalhador

Durante os anos em que o país estava crescendo forte, as maiores redes de varejo do país acumulam fortunas gigantescas. Mesmo agora nas vacas magras, suas vendas e lucros nunca param.Mas como sempre, os patrões não querem dividir o bolo com o trabalhador.

Os donos dos grupos empresariais que atuam no comércio do Rio estão entre os homens e mulheres mais ricos do país. Dentre eles está Michael Klein, um dos donos da Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio), que possui R$ 4,7 bilhões apenas em imóveis. Outro exemplo é Abílio Diniz, que para deixar a presidência do Grupo Pão de Açúcar (Extra, Assaí, Pão de Açúcar e Via Varejo) pediu “apenas” R$ 2,5 bilhões.

Grande parte das empresas se esforça para esconder o quanto está lucrando, mas basta ver o quanto investem em publicidade para se perceber que a bolada é grande. No ranking dos anunciantes em 2014, a marca O Boticário ficou em terceiro lugar com investimento de R$ 711 milhões. O segundo colocado foi o Grupo Pão de Açúcar, com R$ 974 milhões. E a campeã foi a Via Varejo, que gastou R$ 4,74 bilhões em publicidade. Eles investem muito em propaganda e quase nada em seus funcionários. Tá na hora de alterar as prioridades. Se liga, patrão ostentação!

Patrão “mandrake” esconde o ouro e mostra a mão de vaca – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão do Governo Federal que têm o objetivo de fiscalizar e disciplinar o mercado de valores mobiliários no Brasil. Divulga dados dos resultados das empresas para coibir, dentre outras situações, a corrupção e o enriquecimento ilícito. Só que muitas empresas de capital fechado conseguiram na Justiça o direito de malocar essa grana toda.

“A liminar da Justiça foi apelidada de ‘mandrake’, pois com ela os patrões escodem suas fortunas milionárias. Podem estar com as burras cheias de dinheiro e dizer simplesmente o contrário, porque ninguém terá com provar,” explica a socióloga Carolina Gagliano, assessora do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que auxilia o Sindicato dos Comerciários do Rio nas negociações com os patrões. Segundo Gagliano, a liminar “mandrake” só beneficia os patrões, uma vez que os trabalhadores não conseguem ver a dimensão dos resultados da empresa em que trabalham. “É muito comum vermos nas mesas de negociação os patrões suplicarem que estão sem dinheiro, mas os trabalhadores sabem que não é bem assim, porque percebem, no dia a dia, o lucro da empresa,” finaliza.

Tá na hora de acabar com essa falta de vergonha. E só tem um jeito: a união dos comerciários em torno do Sindicato na Campanha Salarial 2016. Chega junto!

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