Apesar do lucro monstro, grandes redes usam discurso da crise para demitir

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Infografico_Adaptado_As-8-maiores-do-Varejo-Brasileiro454 bilhões no bolso e tá em crise!? #NãoMeteEssaPatrão! Apesar do enorme lucro no ano passado, grandes redes de varejo querem usar o discurso da crise para demitir e aumentar lucros.

Jornal do Comerciário, edição nº 9 – A crise parece ser uma boa para os patrões mal intencionados. A grande maioria dos que estão demitindo quer, na verdade, reduzir o número de trabalhadores e aumentar a carga de trabalho dos que vão ficar. Isso é exploração! “O Sindicato não vai aceitar isso. Vamos nos unir ao Ministério Público do Trabalho e fiscalizar os abusos cometidos contra o trabalhador e a ordem econômica do país,” adverte o presidente do SECRJ, Márcio Ayer.

Não existe motivo para demissões no varejo, principalmente nas grandes redes. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), as 250 maiores redes de varejo no Brasil tiveram em 2014 um faturamento de R$ 454 bilhões. Os dados do IBGE confirmam que os patrões estão lucrando alto. Segundo o Instituto, só no ano passado o setor do comércio no Brasil faturou R$ 1,23 trilhões. Uma fortuna que equivale, por exemplo, à soma de todas as riquezas do Chile, Uruguai e Paraguai no ano passado.

É muita grana para dizer aos trabalhadores que não tem como dar aumento com ganho real, vale refeição, auxílio creche e tantos outros direitos que representam muito pouco diante da pilha de dinheiro que eles ganham,” acrescenta o presidente do SECRJ.

Demissões para reduzir salários – A razão para as demissões nas grandes redes não é a crise, mas a necessidade de baixar custos com os funcionários mais antigos e evitar rescisões de contrato mais caras em um futuro próximo. Segundo  o presidente da CTB-RJ, Ronaldo Leite, muitas empresas praticam a “teoria dos nove meses”, forçando demissões para contratar funcionários com salários menores. “Existe uma prática nas empresas que é criminosa. Usam a crise e as demissões para praticar assédio moral contra os trabalhadores,” destaca o dirigente.

Segundo o delegado sindical do SECRJ Marcelo Bizerra basta observar o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), para verificar que a variação entre o número de admitidos e demitidos é muito pequena, o que prova que as empresas não estão reduzindo de tamanho, mas explorando mais. “Não temos supermercados ou lojas das grandes redes fechando, eles só estão reduzindo o número de trabalhadores. Crise para os patrões é isso. É o que eles chamam de oportunidade, mais dinheiro para eles e menos para os funcionários. Nosso sindicato não vai permitir esses abusos contra o trabalhador,” afirma Marcelo.    

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