“A hora da mudança está apenas começando”

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comerciarios-rio-presidente-marcio-ayerConfira a entrevista concedida ao Portal da CTB pelo presidente do SECRJ, Márcio Ayer –

Em entrevista ao Portal CTB, Márcio Ayer, presidente eleito para o Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro (SECRJ), garante muito empenho da nova diretoria na primeira eleição democrática dos últimos 50 anos, em que a família Mata Roma perdeu o controle da entidade, que era uma verdadeira dinastia familiar.

“Estamos tomando pé da situação para deixar a casa em ordem. Depois disso, desenvolveremos intensa campanha de aproximação com a categoria para ampliar nosso quadro de associados”, diz Ayer. “Isso porque queremos construir um sindicato forte, democrático e que represente verdadeiramente o trabalhador”, acentua.

Depois de uma tumultuada tentativa de invasão à sede do sindicato por mais de 200 pessoas, que acabaram presas ainda na madrugada do dia 17 de junho, o processo eleitoral ocorreu com tranquilidade e a Chapa 1 – A Hora da Mudança, apoiada pela CTB, foi eleita com 874 votos. “Foi uma vitória importante para o estado do Rio de Janeiro e não somente para os comerciários, pois o nosso sindicato pode levar uma política de luta e de reforço ao bem-estar das pessoas e assim ajudar o avanço dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no estado”, reafirma o novo presidente do SECRJ.

Márcio Ayer Correia Andrade tem 30 anos e trabalha no comércio desde os 18 anos. Leia abaixo a entrevista na íntegra:

Depois de assumir o mandato para os próximos 5 anos, como a nova diretoria encontrou a situação econômica do SECRJ?

Já pudemos perceber que o rombo é grande, mas não tivemos a oportunidade de avaliar a real situação. Sei que temos mais uma categoria de mais de 400 mil trabalhadores e trabalhadoras em todo o estado e não passamos de 3 mil associados, isso porque a gestão anterior não trabalhou a favor dos comerciários. Estamos tomando pé da situação para deixar a casa em ordem. Depois disso, desenvolveremos intensa campanha de aproximação com a categoria para ampliar nosso quadro de associados.

Como pretende fazer isso?

Queremos programar uma gestão democrática com realização de assembleias com os comerciários e com reuniões da diretoria eleita para reconstruirmos o nosso sindicato, que pode ser um dos mais importantes do Rio de Janeiro e ficou anos ao deus-dará. Além disso, foi uma vitória importante para o estado do Rio de Janeiro e não somente para os comerciários, pois o nosso sindicato pode levar uma política de luta e de reforço ao bem-estar das pessoas e assim ajudar o avanço dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no estado. Neste período de transição estaremos nos preparando para o grande desafio de levar o SECRJ ao lugar de destaque que os comerciários do Rio de Janeiro merecem.

A tentativa desesperada de melar a eleição com a invasão da sede do sindicato e a prisão dos invasores ajudou ou atrapalhou a vitória de vocês?

Na verdade acabou ajudando, principalmente depois que a mídia fez reportagens sobre os desmandos da gestão anterior. Mesmo antes já levávamos a informação da real situação do sindicato para a nossa base, mas as denúncias terem ido para a mídia acabou ajudando. E o atropelo desesperado deles de tentarem invadir nosso sindicato enterrou de vez o modo fraudulento de se administrar um sindicato. O movimento sindical não compactua com criminosos e com fraudes.

Já tem negociação salarial em vista?

Aí a questão é um pouco complicada. Temos que tratar com 28 sindicatos patronais, mas a data-base da maioria é em maio. O interventor manteve o repasse da inflação até 2016 e cabe agora à nova diretoria retomar essas negociações em outros patamares para reorganizar e melhorar a vida dos comerciários. Também estaremos lutando para melhorar as condições de trabalho. Os comerciários têm uma jornada de trabalho muitas vezes exaustiva e o sindicato deve estar atento para defender os direitos de quem trabalha. Os acordos feitos pelas gestões anteriores beneficiavam mais o sindicato do que a categoria, nós vamos inverter essa lógica. Os comerciários podem confiar que agora têm um sindicato de luta, representativo que ouvirá todas as reivindicações de sua base. Nunca mais haverá roubalheira e desmandos em nossos sindicato.

Quais os planos futuros?

A hora da mudança está apenas começando. Caminhamos para um novo rumo da gestão do nosso sindicato. Trabalharemos de modo inteiramente transparente e pretendemos dialogar coma categoria para novas conquistas. O primeiro passo será o planejamento de uma campanha de filiação, mostrando a importância de um sindicato realmente representativo para lutar junto com a categoria por seus direitos e ainda defender avanços. O potencial de nosso sindicato é enorme e não descansaremos enquanto não atingirmos o melhor para os comerciários do Rio de Janeiro.

Nesse novo processo pretendem filiar o SECRJ à CTB?

Em nossa primeira reunião de diretoria ficou decidido por unanimidade a desfiliação da UGT (União Geral dos Trabalhadores) para nos filiarmos à CTB.

Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

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